Amor Idiota - Snack

Sev

Notas da autora: O capítulo é narrado pelo Severus, como o título já indica. Bem muitos gostaram da ideia da fic com o ship Severus x James x Lucius x Sirius, gostaria de avisar a quem estiver interessado que essa fic já teve o primeiro capítulo postado, vocês podem encontrar essa fic se fuçarem o meu perfil (Gostaria de inserir o link aqui, mas não foi possível). Para quem se interessar, tenho algumas outras histórias que podem ser do seu interesse, vai lá conferir.

Também gostaria de avisar que esse capítulo pode funcionar como gatilho para algumas pessoas, mesmo que não aborde os temas de maneira explícita e detalhada, há menção a automutilação e tentativa suicídio.

 Enfim, boa leitura.

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Sábado de manhã havia chego mais rápido que o previsto, eu iria me encontrar com Sirius no banheiro dos monitores às oito horas, estava feliz por estarmos juntos, mesmo que isso ainda parecesse surreal em alguns momentos. Levantei e me arrumei com calma, suspirando na hora de me olhar no espelho, nunca fui uma pessoa bonita e não sabia o que eu tinha que pudesse agradar os outros.

Também nunca fui extrovertido e confiante, gostaria de ser, mas nunca tive autoestima suficiente para isso, eu sabia que era um problema que eu teria que trabalhar com o tempo já que haviam características minhas que nunca mudariam. Mordi o lábio, sempre foi difícil enxergar minhas qualidades, eu não conseguia entender porque alguém se interessaria por mim, ainda mais Sirius Black. O perfeito e idiota Sirius Black. Meu namorado. Deuses, como ele poderia...?

Decidi parar de pensar tanto, não queria ter uma crise de choro antes do nosso encontro, era melhor afogar aquele sentimento antes que pudesse vir a tona e arruinar tudo. Assim que saí do quarto para a sala comunal da Sonserina, observei Lucius sentado em uma das poltronas com Cissa sentada em seu colo, revirei os olhos para o casal tão óbvio e continuei observando quem estava lá, não foi difícil encontrar Regulus junto com outros sangue-puros.

Regulus era mais novo e teve uma época que eu podia considerá-lo um amigo, mas isso passou, os Black não se misturavam com mestiços e o filho favorito tinha que se encaixar nos padrões da família. Ele era parecido com Sirius, só que menos escandaloso, mais parecido com um sonserino. Franzi a testa. Por um lado eu não culpava Regulus por ter se juntado ao grupo puristas, eu sabia que ele precisava ocupar aquele lugar se quisesse sobreviver, mas ainda sim... As vezes pensava que talvez Sirius pudesse fazê-lo pensar além dos desejos dos pais. Desviei o olhar e continuei andando até estar fora da sala, era comum para mim não ser visto, era melhor assim, quando chamava atenção nem sempre as coisas acabavam bem.

Mesmo que nas últimas os marotos estivessem me ajudando sobre a questão do bullying, ainda acontecia com frequência e não parecia algo a ser esquecido facilmente por outros grupos. Lucius e Narcissa eram os únicos ao meu favor mesmo que de forma velada, por mais que eu não pudesse considerá-los amigos, era um pequeno alívio tê-los como aliados. Minha família não era um porto seguro e Hogwarts sempre foi minha casa, era difícil sofrer esse tipo de rejeição dentro dos meus dois lares, mas pelo menos eu tinha uma casa para voltar no fim de tudo.

Continuei a andar de cabeça baixa, eu me sentia triste e as vezes nem sabia o porquê, não parecia certo que existisse felicidade para mim no mundo, acho que desde cedo sempre fui uma pessoa melancólica. Eu me sentia uma aberração, sempre me senti assim, mesmo em casa e toda vez que via outros alunos de Hogwarts todos com suas vidas perfeitas.

Quando pisei no quinto andar, pensei em dar a volta e me trancar no quarto. Sirius comigo... Aquilo era bom demais para ser verdade, tinha medo de abrir os olhos um dia e descobrir que era tudo parte de uma grande piada, eu não sabia se poderia aguentar isso. Mas alguma coisa me motivava a continuar me encontrando com Sirius, fazendo parte do grupo que eu sempre invejei. Era o único pedaço de felicidade que eu tinha e eu sentia que se não aproveitasse isso, talvez nunca mais tivesse a chance.