Capítulo 25 - A Cidade Pranim

40 13 0
                                    

– Precisamos ir, garoto. Nós estamos te esperando!

Era Brooke chamando Feel para a jornada rumo a Pranim. O sono de Feel estava tão pesado que ele acabou perdendo a hora de acordar.

Quando ele levantou, percebeu Tirion, Vamirian, Vamir e Umeni olhando para ele deitado numa rede no refeitório comunitário.

Rapidamente, Brooke entregou para Feel os mesmos equipamentos que ele usou na batalha contra o grifo, porém lhe entregou um novo escudo, pois os cacos do antigo compunham a vegetação do bosque de Réus.

Após isso, todos pegaram caminho rumo ao sudoeste.

Até que Pranim não ficava tão distante de Monter igual Feel imaginava. Contudo, a maior parte do caminho era composto por uma área pertencente ao Bosque de Réus, com uma vegetação alta e de difícil acesso. Diante disso, a experiência daqueles que estavam com Feel era importante no momento de atravessar o percurso.

A caminhada e os desvios dos obstáculos presentes no caminho duraram aproximadamente dois dias e meio. E quando chegaram, do alto do fim do bosque, Feel pôde observar logo abaixo um vilarejo um pouco diferente de Monter.

Poucas casas construídas usando pedras estavam localizadas em um formato de uma espécie de círculo, onde no centro dessas construções haviam diversas cabanas e muitas pessoas comercializando e comprando produtos.

Toda área de grama verde era utilizada como um grande depósito ou armazém para tudo o que estava sendo comercializado ali. Além disso, distante das casas, haviam várias plantações e criações de animais. Inclusive, alguns cavalos desejados pela companhia.

– E então, chegamos a Pranim – falou Tirion – a cidade do comércio.

As apresentações foram breves. Logo após, eles desceram o pequeno morro que os separavam da cidade e foram direto para o centro, onde o comércio mantinha a soberania.

Ao caminhar por entre os vendedores, Feel observou a venda de diversos itens diferentes: armas e armaduras, alimentos de todos os tipos, animais, artesanatos e diversos outros.

Tirion realmente conhecia o local. Ele andava como se nada importasse para ele, atravessando todo o comércio e indo direto a um local específico. E ele parou quando encontrou uma elfa com cabelos negros e curtos, orelhas pontudas e diversos brincos na orelha.

Por um momento, os dois ficaram se encarando. Logo depois, se aproximaram e se abraçaram.

– Senti sua falta Tyna – Tirion falou após abraçar a elfa.

– Eu também! Você não mudou nada. Só está um pouco mais velho. O que te trás aqui, meu irmão?

– Precisamos conversar, preciso de um favor seu.

– Por que mais você apareceria? Oi Brooke – ela falou olhando para Brooke e os demais que compunham o grupo. O rosto dela não pareceu muito agradável ao ver o líder da companhia – venham, vamos até minha casa tomar um chá.

***

Dentre as várias casas de pedra construídas ao redor do comércio, a casa de Tyna era uma das maiores. Além de diversas mobílias de madeira, uma grande mesa compunha a sala de estar. Todos se sentaram nela e Tyna serviu o chá. Logo após, ela perguntou qual seria o favor.

Sem entrar em detalhes, Tirion explicou para a irmã a aparição do grifo, a necessidade de irem à Biblioteca e a quantidade de cavalos necessária. Feel achou estranho Brooke permanecer tão calado na presença daquela elfa. Ele, falastrão do jeito que era, não pronunciou uma palavra perto dela.

– Então o elfo que eu amava e que me abandonou, e ainda por cima levou meu irmão mais novo, precisa de um favor meu?

Tyna falou olhando dentro dos olhos do Brooke. Feel assustou, pois ele não sabia que Brooke, em seu passado, havia tido um caso, muito menos com a irmã de um dos seus melhores amigos.

– Eu lhe falei que vir aqui não era uma boa ideia Brooke – Tirion falou olhando para o amigo.

– Isso é muito maior que a gente Tyna. É muito maior que a minha vida, a sua, ou a de Tirion ou de quem quer que seja. Você não consegue ver o que o Império está se tornando!? Exército gigante, escravos e... um grifo!?

Brooke repetiu pausadamente:

– Apareceu um grifo no bosque!

– Você está se baseando em hipóteses. Quem garante que o grifo possui origem do Império? – Tyna perguntou sem hesitar.

– Tireti sentiu o grifo vindo do sudoeste do bosque. Essa é a mesma direção que o Guinder vem quando precisa buscar escravos em Carpim. Essa é a mesma direção do castelo do Império. Acha que é coincidência?

– Tireti... sabia que ela estava envolvida. Tinha que ser ela – Tyna falou em tom de desprezo. Depois, ela parou, esperou e pensou. Ficou um tempo calada analisando toda a situação e tentando entender o que estava acontecendo – faremos uma troca! – ela falou olhando fixamente para Brooke.

– A Tyne é comerciante – Tirion falou olhando para Brooke – já esperávamos por isso.

– Não é uma troca atoa. Estamos tendo problemas com bandidos. Toda semana, nove bandidos imundos vêm aqui em Pranim e levam diversas mercadorias dos comerciantes. Sei o quão bom na luta vocês são. Quero que acabe com eles. Feito isso, lhe dou os cavalos.

– Feito – Brooke respondeu sem pensar duas vezes – onde encontramos eles?

– Eles sempre vêm do oeste. Esperem no oeste de Pranim essa semana e vocês terão a chance de acabar com eles.

Brooke e Tirion se olharam, depois finalizaram o chá, levantaram e foram rumo ao local que Tyna havia dito. Seguindo os passos do líder, Feel, Vamirian, Vamir e Umeni caminharam também para o oeste.



____________________________________________________________

Se gostou, peço a gentileza de deixar o seu voto. Quero saber o que vocês estão achando, enviem comentários também!"

Espero vocês no próximo capítulo!

As Memórias do Herdeiro - A Crônica do Descobridor de Reinos - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora