Capítulo 21 - As Desavenças

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Naquela sala grande e de pura nobreza, Sofie demonstrava toda a habilidade e experiência com espada que aprendeu ao longo dos anos. A mulher fazia valer a nomeação de líder do exército da maior cidade do reino.

Por sua vez, Andressa assistia seus guerreiros serem facilmente derrotados. Até o momento, três já se encontravam desarmados e procuravam algum meio de recuperarem suas espadas. Enquanto isso, Sofie acabava de derrubar o escudo de um outro e, sem piedade, atravessar a espada em seu peito.

Não só a habilidade de Sofie dificultava o trabalho dos guerreiros, como também a ordem estipulada por Andressa: prendam Sofie sem machucá-la. Isso seria um trabalho difícil, principalmente porque a guerreira não se renderia mesmo sabendo que estava em menor número.

Diante disso, a quantidade de soldados em volta de Sofie era enorme. Já havia mais de quinze a sua volta. Sem poder realizar ataques ao mesmo tempo, os soldados aguardavam enquanto três ou quatro realizavam os ataques a cada vez.

Esse número de guerreiros por vez era insuficiente para parar a fúria daquela forte mulher. Mais uma vez, ela conseguiu se desvencilhar dos golpes e, mais que isso, ela conseguiu deferir vários golpes sobre o corpo de outros dois.

Aquela sala que esbanjava riqueza, ouro e elegância, estava a cada minuto sendo pintada pelo vermelho do sangue derramado pelos guerreiros de Andressa. O ambiente já parecia uma zona de guerra.

Enquanto assistia a vantagem numérica e a desvantagem de força de seus guerreiros, Andressa armou sem plano. Apesar de pequena, a elfa se apresou em passos longos e foi até o encontro do capacete de Sofie que estava sobre o sofá da sala e longe de onde acontecia a batalha. Ao seus guerreiros levarem Sofie, a guerreira esqueceu seu capacete e o deixou para trás sobre o sofá de Andressa.

Na posse do capacete e novamente em passos longos, Andressa deixou a sala por uma porta dos fundos. Ela percorreu uma breve sala e entrou novamente em outra porta. E ali ela encontrou seu ambiente de estudo.

A sala não era grande, possuía um tamanho mediano, ao centro havia uma pequena mesa e somente uma cadeira. Várias prateleiras grandes se posicionavam nas extremidades da sala, de modo que não dava para identificar nem a cor de pintura das paredes. E nas prateleiras haviam diversos frascos de tamanhos variados e contendo líquidos com cores e texturas também diferentes uns dos outros.

Andressa parou por um momento na entrada, parecendo que estava pensando qual prateleira escolher. Depois de definir, ela se posicionou na frente da terceira localizada ao lado esquerdo. Passando os dedos sobre os frascos, a elfa tentava identificar qual seria a mistura ideal para o que precisava. Até que achou.

Ao escolher um que continua um líquido roxo e pastoso, Andressa levou esse para a mesa. Antes de abrir o frasco, a elfa colocou o capacete também sobre a mesa e iniciou sua busca por algo ali. Ao achar, os olhos da elfa brilharam e ela abriu um sorriso maléfico. "Agora você será parada, Sofie".

Sem pensar duas vezes, Andressa pegou um fio de cabelo preto e grande que estava no interior do capacete. Após conferir o fio, ela abriu o frasco, jogou o fio dentro do mesmo e tampo-o novamente.

Passados poucos segundos, o líquido dentro do frasco começou a borbulhar e o fio rapidamente foi derretido e misturado a tonalidade roxa do líquido. Assistindo aquilo, Andressa deixou a sala levando o frasco em sua mão.

***

A sala utilizada para o combate já estava praticamente toda coberta por sangue. Mesmo que o combate já estivesse acontecendo há quase uma hora, Sofie mantinha-se intacta no centro de vários guerreiros que revessavam o momento do ataque. Sob seus pés, vários já estavam caídos sem vida, vítima de seus golpes fortes e certeiros.

As Memórias do Herdeiro - A Crônica do Descobridor de Reinos - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora