Os Destinados

005

Noah Urrea

Talvez eu não tenha sido o cara mais cavalheiro do mundo com Sabina naquele refeitório, mas eu não podia simplesmente defender ela e os amigos dela na frente de todo mundo, não pegaria bem 'pra mim e eu já não tenho uma significância muito grande na minha história. Mas eu procurei ela pela escola depois de levar Josh até a enfermaria, rodei esse castelo inteiro atrás dela, e quando eu cheguei nos jardins, Sabina estava, nada mais nada menos, que fazendo carinho em um dragão.

- Vocês tem dragões?! - Eu exclamo maravilhado com o gigantesco animal no qual ela fazia carinho como se fosse um gatinho. - Você nunca me disse isso, Bina!

- Eu nunca te disse muitas coisas, Encantado. - Ela rebate.

Any ri antes de deixar um beijo no topo da cabeça do dragão azul escuro, ela e Joalin desejam boa sorte para Sabina antes de se afastarem nos deixando sozinhos. O silêncio é enlouquecedor e a morena na minha frente encara o chão claramente desconfortável, e eu não estava diferente dela, nós dois estávamos em posições difíceis naquele momento, mas ambos sabíamos as consequências desde de o começo.

- Foi de verdade 'pra você? - Ela pergunta depois de um tempo, ainda encarando a grama molhada por conta da chuva de mais cedo. - Nós dois... foi de verdade?

- Você acha que não foi? - Eu pergunto assustado. - Porra, Sabina! Eu nunca gostei de ninguém igual eu gosto de você! - Exclamo agora ficando irritado. - Eu sei que é difícil, mas eu pensei que a gente tinha um trato!

- É exatamente esse o problema! - Ela diz agora me olhando nos olhos. - Relacionamentos não são baseados em tratos, Noah. - Sabina tinha um olhar frio, eu passo as mãos em desespero pelos cabelos. - Eu não quero ser a vilã que o mocinho fica no começo da história 'pra depois ter os felizes para sempre com a princesa. Eu não vou ser só mais uma 'pra você.

- Você nunca foi só mais uma, Sabina. - Eu digo me aproximando dela. - Nós somos complicados, errados e confusos. Mas eu gosto de verdade de você, tipo muito mesmo. - Eu faço um leve carinho no rosto dela antes de continuar. - Eu quero de verdade que você seja o meu felizes para sempre. - Ela dá um leve sorriso antes de se afastar.

- Eu era apaixonada por você, Urrea. - Sabina tira a minha mão do seu próprio rosto delicadamente. - Mas eu não posso estar com alguém que não conta para os amigos sobre mim, que tem vergonha do que os outros saibam o que acontece entre a gente. Quero alguém que não tenha vergonha de me amar, e você não é esse alguém.

Eu pisco algumas vezes tentando compreender o que acabou de acontecer, minha cabeça parece uma bagunça como se a coisa que me fizesse ficar em ordem tivesse sido arrancada de mim. E foi.

Sabina terminou comigo.

- Tudo bem. - Eu digo respirando fundo e dando alguns passos para trás, vai ficar tudo bem, certo?

- Você não vai falar mais nada? - Sabina pergunta com os olhos castanhos meio marejados.

- O que você quer que eu fale? - Eu pergunto com a voz embargada. - Quer que eu diga que te amo? Que você é a coisa mais importante 'pra mim? Eu te disse isso milhões de vezes durante o verão, Bina. Eu te fiz minha e você me fez teu. - Uma lágrima solitárias desce pelo rosto de Sabina mas eu me forço a continuar. - Eu nunca tive vergonha de você, nunca. Eu fiz tudo isso 'pra te proteger, não contei de você para meus amigos porquê se eles ousassem contar para alguém nós seríamos expulsos daqui. Eu sou apaixonado por você desde que você entrou pelas portas daquele maldito castelo.

Sabina encara o chão mais uma vez, ela mexia freneticamente na pulseira com pingente de conchinha que ela nunca tirava do pulso desde o dia que eu havia dado. Eu cheguei a pensar que ela estava nervosa já que aquele era um ato comum quando ela estava, mas Sabina tirou a pulseira com cuidado e colocou na palma da minha mão.