～ Afterlife ～ Michaeng

Peace, Seriousness and Darkness

Finalmente cheguei no capítulo onde posso recomendar a música que me fez começar tudo isso, Afterlife da Hailee Steinfeld.
Foi um capítulo um tanto quanto difícil pra escrever, pelo assunto delicado, mas espero que gostem e digam o que acharam.

Usem #ColorsMichaeng no twitter, ajuda bastante (＾▽＾)"

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Son Chaeyoung 24 de abril de 2020

Mesmo com os olhos ainda fechados sentia falta da presença de uma certa japonesa em minha cama, mas o cheiro de seu perfume adocicado ainda permanecia ali devido a mania que a mais velha tinha de espirrar o líquido pela cama antes de dormir. Não contive o sorriso bobo ao abrir os olhos e ver o outro lado da cama bagunçado e o fino lençol cobrindo meu corpo nu, fazendo-me lembrar da noite que tivemos, nunca senti tantas emoções diferentes em tão poucas horas, mas eu estava extremamente feliz com isso. Eu estava feliz por finalmente amar Myoi Mina como ela merecia ser amada.

Levantei da cama a contragosto, ainda querendo manter meu rosto no travesseiro que exalava o cheiro da mulher com quem fiz amor noite passada, mas eu precisava saber onde a mesma estava e dizer pessoalmente que eu havia amado nosso tempo juntas e irei amar os próximos na mesma intensidade. Após as higienes necessárias fui até a cozinha e vi um sanduíche sobre a bancada, junto a uma carta amarelada.

"Pink Penguin"

Mais uma vez um sorriso se formou em meus lábios ao ler o novo apelido, eu com certeza a chamaria assim de agora em diante, afinal, rosa combina com ela. Com aquele pensamento peguei o lanche que a mais velha havia feito e sentei no sofá encarando o quadro, agora finalizado, brilhando devido às luzes que vinham da janela.

– Those Three Words... — Sussurrei o nome do quadro, título esse escolhido por Mina.

No quadro a japonesa estava de perfil e lia um livro qualquer, esse que não possuía nenhuma coloração, ao redor da mulher a cor vermelha se fazia presente e entrava em um degradê até as bordas rasadas da tela, isso indicava o amor que ela exalava, amor esse que precisei descobrir me aproximando dela assim como o rosa se mesclando suavemente com o carmim no tecido. Havia um motivo para eu ter deixado o livro em branco, ali seria escrito todo o nosso futuro juntas, nossos momentos azuis, roxos, amarelos, laranjas, rosas, vermelhos e até mesmo pretos, mas passaríamos por isso juntas. E bom, a cor alva juntava todos os nossos sentimentos presentes e futuros, mas apenas nós poderíamos compreender isso.

Como se somente nossos olhos fossem capazes de enxergar o imenso arco-íris presente nas folhas brancas.

Eu já não contava os sorrisos que iam e vinham em minha face, apenas observar o quadro da mulher que eu amava já fazia meu rosto corar, lembrando do amor que trocamos na madrugada. Eu a amava, e é como se eu precisasse gritar isso ao mundo, precisava mostrar que ela era a única que tinha total controle do meu coração.

~ Charlie Son 25 de dezembro de 1942 ~

"I'll always love you"

Noite de natal, biscoitos com gotas de chocolate, panetones, a mesa cheia de panelas que exalam cheiros variados e deliciosos, a decoração em tons vermelhos por toda casa, a árvore no canto da sala com a quantidade certa de presentes embaixo de si, seus familiares unidos trocando a felicidade dessa data tão especial. Mas ao contrário de muitos, eu e os outros soldados à minha volta não presenciávamos tais alegrias festivas.

As horas sem dormir já afetavam meus pensamentos, assim como os barulhos de tiros e granadas lançadas na terra entre as trincheiras. Terras cinzas e sem vida. Toda essa situação no mundo era horrível, estar nessa linha de frente era perigoso, mas eu e todos aqui estamos colocando nossas vidas em jogo para salvar outras milhares, nossos pais, mães, irmãos e irmãs, até mesmo filhos. Queria que isso acabasse logo, mas ainda tinha muito a se fazer.