Epílogo: The Deep Colors Of The Rough Sea

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Como já diziam as Twice "nine or none"
Então né, eu passei as últimas semanas sentindo muita falta dessa fic e pensei... porque não? Então eu decidi começar a escrever esse epílogo, no começo eu não achei que daria certo, mas segui em frente com a ideia e espero, do fundo do meu coração, que gostem :)

Essa tela foi feita por um leitor de afterlife, que sinceramente é um dos garotos mais talentosos que já conheci, e o jeito que ele conseguiu passar a minha escrita e visão pra tela ficou simplesmente perfeito, então todos os créditos dessa linda obra pro nick s2 @/minarising no tt, vão lá seguir esse artiste e pessoa incrível🥺❤️

Ps: Bada ~ esse nome, apesar de controverso, a maioria das referências apontam para um significado ligado à "mar" ou "oceano". ;)

Boa leitura s2

Usem #ColorsMichaeng no twitter, ajuda bastante (^▽^)"

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Los Angeles - Califórnia, 23 de abril de 2089

Myoi forçou seu corpo de volta para o estofado de couro do carro, sentindo seu coração disparar em seu peito, sensação essa que a mesma reconhecia perfeitamente e a lembrava de uma certa artista que coloria sua alma sempre que seus olhares apaixonados se conectam. Mas já fazia um tempo que encarar os olhos castanhos havia se tornado uma tortura silenciosa, os tons marrons que preenchiam o apartamento das jovens eram quase palpáveis. Mina suspirou pesadamente ligando o carro e finalmente deixando-se sair do estacionamento da empresa que roubava seu sono diariamente.

Sua mente viajou entre as vastas memórias que nela residiam, desde o dia em que acertou uma pequena coreana com uma bolinha de pingue-pongue e depois beijou seus lábios como se sua alma flavescente dependesse daquela felicidade para prosseguir aquela vida, até o dia em que conheceu seu verdadeiro amor. Era exatamente isso que rodeava a relação das duas mulheres ultimamente, aquele sonho confuso e curto que a japonesa tivera no seu vigésimo primeiro aniversário. Uma utopia onde a mais velha parecia banhar-se em um mar de cores, era possível ver cada tom fundindo-se um ao outro, mas as cores obscuras se mantinham longe da banhista, apenas tons claros e carregados de carinho e felicidade permaneciam próximos a ela.

A verdade era que a japonesa já não sabia mais o que fazer, não aguentava mais chegar em casa, sentar ao lado da mulher que amava e comunicar-se com o silêncio que reinava em seus jantares. E era durante essa quietude que a mesma pensava se ter comprado aquela aliança, que carregava delicadamente uma esmeralda, a pedra do amor incondicional e da fidelidade, havia sido uma boa ideia. Mas será que ainda existia amor entre essas duas almas?

~ Dallas, Texas 25 de dezembro de 1945 ~

"The gray around you..."

A noite estava tranquila, o vento fresco embrulhava o entardecer natalino e causava leves arrepios em quem se aventurava pelas ruas bem iluminadas da cidade. Contudo, poucas pessoas andavam por ali, afinal muitas estavam aproveitando a data especial, a felicidade das pessoas que mais amam. Charlie andava com seu olhar baixo, apreciando as rachaduras no concreto da calçada e mantendo suas mãos nos bolsos do enorme casaco que usava, esse que carregava o cheiro do homem que, ainda, abrigava seu coração.

Sua caminhada cessou ao chegar em seu destino, Crown Hill Memorial Park, e sem pressa alcançou a lápide do texano que invadiu seus sonhos na noite passada. Eles trocaram as juras de amor mais clichês e belas que conheciam, vestindo aqueles uniformes cobertos com uma falsa esperança, mas ainda assim não deixaram o desespero tomar conta de suas almas, muito pelo contrário, apenas sentiram o amor verdadeiro os invadindo como a tinta fresca no tecido branco.

~ Afterlife ~ MichaengOnde histórias criam vida. Descubra agora