65. Type

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Type deveria estar alegre por estar cada vez mais perto do dia em que voltaria para casa, no entanto, era totalmente o contrário. O pequeno garoto sabia que não era amado como seu irmão o amava, que não seria encorajado a desenhar e nem teria alguém para lhe ajudar nas tarefas de casa, porque os Teepakorn simplesmente não o queriam e, se tudo o que o pequeno ouviu as escondidas fosse verdade, seria entregue novamente a seu Tio. Seu coração doía ao pensar isso, mas, o único a se preocupar com o que ele sentia era seu P'Tine.

Então, encorajado por seu coração dolorido, Type correu pela casa em busca de um papel e uma caneta, escrevendo uma cartinha para seu irmão na folha amarela, correu para o escritório deste e sem pensar muito, enfiou a carta em alguma pasta que havia em cima da mesa, se apressou em devolver a caneta para seu lugar e se escondeu em algum canto da casa.

— Ty? – o mais velho chamou enquanto secava os cabelos com a toalha de rosto. — Já arrumou sua mochila? Type Teepakorn? Oh droga, acho que você não quer comer o bolo que eu ia fazer, poxa eu-

— Não! – ele saiu de dentro do armário afobado enquanto pulava de um lado para o outro. — O bolo, eu quero!!!

— Se você tomar banho pra tirar esse cheiro de peixe morto e escovar os dente pra gente ir no supermercado, talvez tenha uma negociação.

— Certo, Capitão! – ele bateu continência antes de sair correndo para o quarto do mais velho.

Type agitava a vida de Tine de uma forma gostosa, ele gostava do carinho que o garoto tinha consigo e a confiança que podia depositar no mesmo, das birras por bolo, da dedicação em entender as matérias que havia dificuldades, e até mesmo, na lambança que ele fazia em seu banheiro, considerando que espalhava água pra todo lado.

[...]

Sarawat realmente estava sem tempo naquela tarde, precisava organizar a nova leva de contratos com as novas equipes de engenheiros e mesmo com a ajuda de  ainda era complicado.

— Irmãozinho, relaxa, vai pegar as crianças na escola que eu arrumo o resto, tira o dia livre pra elas, são seus filhos, acho que você não quer ser ausente como nosso pai, né?

Apesar da malícia por de trás da fala, Phukong tinha razão. Então, assim que acertaram algumas coisas, Sarawat comunicou a Wan que tiraria algumas horas livre, e que, no entanto voltaria para a reunião das 5h e traria as crianças.

Porém, quando Guntithanon entrou no carro sentiu alívio. Alívio ao ver os brinquedos espalhados pelo automóvel, algumas vasilhas de comida e pastas do trabalho, parecia um retrato em que ele estava intimamente ligado ao ofício e seus filhos, isso o deixava em paz. Ele tinha medo de ser igual Ze Wan, e mesmo com as mágoas que guardava quando jovem, ele realmente conseguiu se aproximar de seu pai, e amá-lo de verdade, de viver um pouquinho da sensação de ter a relação pai e filho.

𝖻𝗅𝖺𝗁. ░𝟤𝘨𝘦𝘵𝘩𝘦𝘳Onde histórias criam vida. Descubra agora