𝖻𝗅𝖺𝗁. ░𝟤𝘨𝘦𝘵𝘩𝘦𝘳

68. type teepakorn, o garoto que decepcionou seus pais

A cabeça do pequeno garoto estava deveras confusa. Ele sabia que era feio mas acabou ouvindo uma das conversas de seus pais e a pauta era entregar sua guarda para Tine, o que isso significava eram outros quinhentos. No entanto, parecia algo delicado. Nesse caminho, os dias andavam e tudo ficava cada vez mais estranho, seus pais mais afastados, com olhares mais distantes. Então, alguns longos e torturosos meses depois, seu irmão apareceu em sua porta com um sorriso em misto de alegria e felicidade nos lábios.

— Eu espero que você goste mesmo de mim, porque agora vamos morar juntos, certo?

Type sorriu. Sorriu pois amava seu irmão e tinha total consciência de que o mesmo também o amava, mas não entendia porque seus pais haviam desistido de si, talvez tivesse feito algo feio e isso os decepcionou, certo? Por isso morou com seu tio, era por ter vindo em má hora, certo? Então, e mesmo não parecendo, a culpa era sua. Type Teepakorn, o garoto que decepcionou seus pais.

Tine recebeu aquela notícia por telefone, com um voo marcado para voltar junto com seu irmão. Estava feliz, sem dúvida, mas parte de si doía porque em Type também iria doer.

O resumo dos meses de Tine na casa de seus pais se deu em: ter a guarda de Nong Type e organizar as coisas do garoto para uma mudança. Ele viveria consigo, isso era bom, excelente, na verdade. Os pais dos Teepakorn pareciam aliviados, talvez estivessem dando o pino.

Mas ele queria fazer uma surpresa para seu novo acompanhante de residência e precisava de ajuda, urgente.

[...]

— Vocês, fiquem quietinhos, e... – ele coçou o queixo em busca de qualquer ideia que ocupasse as crianças — Recepcionem quem chegar com boa tarde e se a P precisar que algum documento seja entregue em algum departamento ou faltar algo é vocês que vão fazer. Bem vindos a Tithanon's, agora deixa eu ir trabalhar.

— Pai! Pai! – os dois gritaram, o obrigando a voltar para eles. — Vamos receber um salário?

— Não.

— Mas, – Sunee cruzou os bracinhos para iniciar uma pequena e bem planejada chantagem — se fizermos tudo certinho e o Senhor Nosso Chefe gostar, poderíamos, se possível receber um incentivo por bater as metas e dobrá-las. – a baixinha é esperta.

— Conversamos sobre isso depois, senhorita e senhor Guntithanon.