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"Irmã", era o que tinha tentado dizer. Mas o torpor foi mais rápido do que tinha imaginado, bloqueando seus lábios. Embora durasse menos que um segundo, a sequência de desligamento de seu corpo foi bastante clara.

Primeiro a dor em sua garganta e a visão, que havia se tornado totalmente opaca e então desaparecido. Depois a audição, que silenciou assim que sua orelha atingiu o chão. A dor passou logo, e seu corpo se anestesiou em uma única sensação: frio.

É assim que é morrer, pensou antes de perder a consciência. Cega, surda e com frio. E com um sentimento horrível que não sabia definir, mas que tinha algo a ver com uma garota ruiva, uma garota ruiva que a tinha esfaqueado direto no coração. Ou teria sido um tiro?

Ela não se lembrava, assim como não se lembrava do nome da garota, nem por que motivo se conheceram.

Foi então que percebeu que não se lembrava de nada, nem de onde estava, nem de qual era seu nome, nem mesmo que tipo de ser vivo era.

Eu sou real? Foi a última coisa que pensou, e depois continuou a sentir aquele sentimento intraduzível de ter um objeto cravado no peito. Um objeto que a perfurava dolorosamente através das costelas e do que quer que existisse dentro delas. Algo que a sufocava. Algo que a fazia querer morrer antes de sentir mais um milésimo de segundo daquele sentimento.

Solidão.

Desamparo.

Traição.

E, ainda sentindo o sentimento, adormeceu completamente.

E, ainda sentindo o sentimento, adormeceu completamente

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Pandora (COMPLETO) - Livro III - Trilogia DantálionOnde histórias criam vida. Descubra agora