𝑴𝑰𝑺𝑩𝑬𝑯𝑨𝑽𝑰𝑶𝑼𝑹 [CONCLUÍDA]

•Capítulo 45•

Catarina

Obrigada por estar tentando.

Obrigada por estar comigo.

Obrigada por tentar trazer cor para meu mundo que era cinza e preto.

Mais principalmente obrigada por estar tentando, sei como é difícil para você se aproximar de mim, depois de tudo que houve entendo como deve ser horrível olhar para mim e o ver.

Eu te amo, mesmo que não diga isso frequentemente, você não faz ideia mamãe como estou feliz por você estar me ouvindo e compreendendo pela primeira vez em anos.

Todas às vezes que imaginava a redenção dela me via como a filha histérica, a qual gritaria, falaria diversas frases sujas, quebraria a mobília. Contudo, as palavras fugiam da minha boca, eu estava paralisada, ainda em choque.

— Minhas meninas, sinto muito, pensei que estariam melhores sozinhas. — ela deixou a bolsa de grife em cima da mesa, seus cabelos loiros brilhavam como se o sol tivesse doado uma gota de seu brilho a eles, os olhos cálidos e tristes me atingiram, seu vestido vermelho era grudado em sua cintura e solto na parte debaixo.

— Estamos bem mãe — respondo somente ainda com Diana se escondendo em minhas pernas com medo.

— Deveria ter me dito algo.

— Como se eu conseguisse — reviro meus olhos — você o abandonou, me deixou sozinha, a única pessoa que nunca foi embora foi ele, meu pai pode ter me danificado, mas você foi responsável por me quebrar primeiro, nenhuma criança deveria se sentir rejeitada pela própria mãe, sentir que não importa o que realize nunca será o suficiente.

Estou dentro aquela bolha de autodepreciação de novo, o chão se desloca como se milhares de pessoas pulasse em minha volta e eu estivesse em um pula-pula.

Cada vez que me recompondo consigo ouvi-la me dizendo para morrer de fome se fosse preciso, tudo em busca do “corpo ideal”.
A mão de Diana puxa minha blusa forte me fazendo retornar a realidade.

Miro naquele rosto angelical tão doce e inocente, minha pequena pirralha. Não estou fazendo isso por mim, mas por ela, minha irmã merece ter a mãe que nunca tive.