𝑴𝑰𝑺𝑩𝑬𝑯𝑨𝑽𝑰𝑶𝑼𝑹 [CONCLUÍDA]

•Capítulo 10•

Ethan

Não compreendia muito bem o motivo dos adolescentes simplesmente gostarem tanto de baladas, e festas. Mas hoje entendo a razão.

Estar em uma festividade é mais que dançar e beber muito, foi a forma que encontramos para extravasar, aqui você pode sentir o que quiser, seja esse sentimento bom ou ruim, e absolutamente ninguém irá te julgar pelas suas escolhas, tudo ao seu redor parece feito de fumaça, como se tudo que fizesse jamais voltaria contra você, as pessoas se assemelham a um sonho, tão palpáveis e, ao mesmo tempo, tão irreais.

Assim que entramos na festa o som alto me deixava levemente surdo, quase não me permitindo ouvir os pensamentos da minha própria mente. Na verdade, isso era bom, assim não podia me policiar.

Meus amigos, logo encontraram um jeito de se enturmar com o resto das pessoas, preferi somente ficar sentado no sofá levemente desnorteado por essa enxurrada de pensamentos que me veio a mente.

Nenhum desses adolescentes se interessariam pelas coisas que falo, então qual a razão de tentar manter uma conversa?

Eles vinham aqui por duas razões, beijar alguém ou ficar  simplesmente chapado, ou bêbado. Não tinha interesse em ambas as alternativas.

Miro em Mariana que já estava se beijando com meu amigo na escada acima, mesmo que ele tenha me falado que não era nada sério, podia ver seus olhos brilhando quando a garota veio nos buscar junto a Catarina.

Se apaixonar por garotas como elas era perigoso.

Elas nos hipnotiza e depois nos joga fora, como um chiclete que perdeu o gosto.

Elas sabem o poder que possuem e abusam dele.

A última vez que seus olhos ficaram tão reluzentes foi porque eu tinha lhe dado o último pedaço de pizza.

De alguma forma a escuridão embalava todos nessa casa, cada alma que sentia que não havia lugar no mundo para ela encontrava aqui um porto seguro.

Foda-se que você não fosse o filho perfeito, ou o indivíduo mais sagaz da sala, aqui todos somos feitos da mesma matéria, seja ela boa ou ruim.