15 de junho de 2020 | Malibu - Los Angeles, Califórnia
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LOUISE ORTIZ
Encaro toda a orla de Surfrider Beach. Nunca estive em Los Angeles, até agora, mas assim que a minha vinda para cá foi decretada, eu pesquisei tudo sobre o lugar e a minha nova família.
Estava em um carro, muito chic, com um motorista da família e o mesmo estava me levando para a minha nova casa. O homem não transferiu mais de dez palavras para mim, só cantarolava trechos das músicas de jazz que tocavam pelo rádio.
Mesmo dentro de um carro eu podia sentir toda a energia daquele lugar. Ainda faltava mais ou menos uma semana para o verão, mas o sol era tão forte e reluzente que parecia que já havia começado.
O carro entra em uns grandes portões, depois do motorista se reconhecer para um interfone. Encaro todo o caminho luxuoso, com plantas e até uma piscina enorme. Por que eles precisam de uma quando moram bem em frente à praia?
Há dezenas de pessoas trabalhando no local, mas logo o carro para e eu encaro a grande fachada da casa. É enorme!
O motorista é o primeiro a descer e abre a porta pra mim. Saio do carro e ainda escaro toda aquela beleza. O lugar onde fui criada não chegava nem aos pés disso aqui e eu não sei se sou capaz de me acostumar.
— Senhorita Ortiz? — sou despertada por uma mulher baixinha, um pouco idosa.
— Ah, me chame de Louise, por favor — peço sorrindo.
— Sou Maria, vou te levar até o seu quarto — ela informa e eu assinto.
Entramos na casa e eu me surpreendo ainda mais por dentro. É muito grande e bem decorada em tons claros. Sigo Maria e subimos umas escadas, sempre acompanhadas por um rapaz que trazia a minha mala.
Andamos por um corredor e eu avalio o longo tapete de veludo preto debaixo dos meus pés, então logo estamos entrando por uma porta.
Meus olhos se arregalam com o tamanho desse cômodo. Uma cama enorme e diversas coisas que nunca tive decoram o mesmo. Pelo visto, minha tia ainda lembra que minha cor favorita e vermelho, pois as paredes tem esse tom e algumas roupas de cama também.
Corro para a janela e tenho uma visão da praia ao longe.
— Esse será o seu banheiro — me viro e vejo Maria abrir umas das portas.
— Um banheiro só para mim! — exclamo.
— A senhora é uma adolescente, a única nessa casa, merece sua privacidade — ela avisa — E aqui é o closet.
Corro e entro no outro cômodo vendo diversas roupas dobradas e penduradas ali, sapatos também.
— Sua tia comprou algumas coisas, mas arrumarei as que trouxe aqui — ela indica o pequeno espaço vazio.
