26 de junho de 2020 | Malibu - Los Angeles, Califórnia
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BRIAN O'CONNER
Eu achava incrível como um homem podia ficar a beira da insanidade por uma mulher. Eu sempre me considerei um cara bem ciumento, gosto muito das coisas do meu jeito, das minha coisas comigo.
Eu sinto falta desse sentimento, cujo tal eu sentia à alguns anos por Mia. Caramba, eu era capaz de tudo por aquela mulher. Hoje em dia apenas a admiro pela mulher que é, por tudo o que passou e se manteve firme até aqui, mas nada tão forte e quente como namorávamos e os primeiros anos de casados.
Eu era obrigado a sofrer uma tortura todos os dias com aquela garota debaixo do menso teto que eu.
Titio.
Palavra que ela fazia questão de usar quando se referia a mim e as veias do meu corpo saltam para que eu possa me controlar.
Dominic e Letty estão arrumando suas malas para ir ao aeroporto e pegar seu jatinho para Nova York. Mia já havia saído há duas horas e eu recebia notificações constantes com mensagens dela.
— Você quer alguma lembrança de lá, querida? — Letty pergunta para Louise que está na cozinha com Maria.
— Não, titia, muito obrigada — ela diz e vem até a sala, abraçando Dom e Letty — Boa viagem.
— Se comporte com Brian, amor — ela beija atesta da garota.
— Até segunda, pirralha — Dom faz o mesmo.
— Tchau! — os dois deixam a casa depois de me cumprimentarem.
Louise volta correndo para a cozinha e ajuda Maria a guardar todas as coisas. A menina ouve atentamente as orientações da mais velha sobre tudo o que está guardando para que usemos no fim de semana.
— Acho melhor você se apressar, Mari, a tempestade está chegando — Louise alerta a mulher.
— Sim, sim, vou me trocar — a mulher larga seu avental e vai até os fundos da casa.
A menina continua a guardar os potes com comidas enquanto cantarolava a melodia de uma canção.
Era incrível como eu reparava tanto nessa garota, qualquer passo que ela dava em que meu campo de visão pudesse captar, eu sabia, mas tentava ao máximo disfarçar isso.
Com a chegada do verão e todo o calor e mormaço, uma tempestade se formou e por morarmos à beira do mar, sempre é uma grande coisa.
Um tempo depois, Maria apareceu novamente com sua bolsa pronta para ir, se despediu de mim e de Louise e partiu.
— Então, titio, o que vamos fazer? — Louise pula no sofá e me encara com seus olhos curiosos.
