24. look at us, we're a bloody mess and we're loving it.

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O carro estacionou na casa de Chaeyoung após Lisa ligar para a mãe e pedir permissão para dormir fora, e ela a xingar por tê-la acordado e dizer para fazer o que bem entendesse.

Jennie balbuciou um adeus enquanto deitava a cabeça no próprio ombro no banco da frente, de olhos fechados e boca aberta. Jisoo se limitou a apenas lançar um olhar malicioso para as duas, com aquele seu característico sorrisinho de lado, e dizer para elas não se divertirem além da conta. Chaeyoung se fingiu de desentendida e Lisa corou.

Lisa colocou o blazer de volta por causa da friagem do lado de fora, mas logo elas entraram e o calor doméstico acalmou seus ossos rígidos.

Porém, ela ainda estava uma pilha de nervos e ainda tremia.

— Você está com sono? — Chaeyoung perguntou, enquanto trancava a porta atrás delas.

Lisa engoliu em seco ao tirar os sapatos, e o lugar estava tão silencioso que ela pôde ouvir o som de sua garganta arranhando. Ouviu também o clique do interruptor de luz e os passos de Chaeyoung quando ela se aproximou, sem tocá-la.

— Não muito, na verdade. Só cansada.

— Nem me fale, meus pés estão me matando — grunhiu, a ultrapassando e subindo as escadas. Lisa a seguiu logo atrás, quase robótica. — E meu estômago também, acha que vai fazer mal ter uma refeição essa hora?

Podia perceber como ela estava se esforçando para agir normal, apesar do tremor em sua voz ser perceptível para qualquer um com audição. E talvez fosse bom que ela não era a única nervosa ali.

Chaeyoung acendeu a luz do abajur de seu quarto, retirando a presilha dos cabelos e deixando na escrivaninha. Algumas mechas castanhas caíram em seu rosto sob os olhos de uma Lisa atenta. Afrouxou a gravata azul do pescoço, suspirando aliviada e aproveitando para desatar os dois primeiros botões da camisa.

— Acho que vai fazer mal não ter — Lisa deu de ombros, em pé no quarto com as mãos cruzadas. Desviou o olhar, sem saber exatamente o por quê. — Mas vamos tomar um banho primeiro. Assim que eu descobrir como tirar essa roupa apertada de mim.

— Eu posso te ajudar.

Lisa paralisou ao ouvir a frase proferida por uma Chaeyoung aparentemente apreensiva, a fitando com os olhos indecifráveis e o lábio inferior entre os dentes brancos. Sentiu o coração acelerar, ecoando em seus ouvidos junto com a bendita sentença em sua mente repetidas vezes. Eu posso te ajudar. Eu posso te ajudar.

Até mesmo a atmosfera do quarto sofreu uma metamorfose. De repente, ela sentiu o ar pesando dentro de seus pulmões.

O quê? — questionou, trêmula.

Chaeyoung andou até onde seu corpo estava, tão lento que o tempo pareceu parar. Lisa não moveu um músculo sequer enquanto ela parou próxima de si o suficiente para que as lufadas quentes de sua respiração fossem sentidas na superfície de seu rosto, como um lembrete de que ela estava viva e aquilo tudo era real. E algo iria acontecer.

Lisa estava sentindo seu estômago embrulhado.

Era quase a mesma sensação de quando se está descendo na montanha russa; excitação, ansiedade e um pouquinho de medo. Mas Lisa já havia andando tantas vezes, e em todas elas eram a mesma coisa, ela subia, com frio na barriga, e depois descia em gritos, e acabou. Aquilo era diferente, era imprevisível e desafiador, ela não fazia ideia do que podia acontecer.

O que tornava mil vezes mais intenso.

— Eu vou te beijar agora — Chaeyoung avisou, as sobrancelhas franzidas pelo nervosismo. Sua mão se ergueu, retirando a cartola da cabeça de Lisa e a deixando cair no chão em um baque seco.

Polaroids & Stereos | ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora