Family.

483 49 184
                                    

Harry's POV

Segunda-feira - 03 de setembro de 1945 - 03:36 AM.

Flashback on:

— O que está fazendo?! — Perguntei vendo ele se afastando de mim para começar a caminhar para a direção oposta a qual deveríamos seguir.

— Eu ouvi alguma coisa. — Murmurou olhando em volta e eu fiz o mesmo.

— Vamos logo cair fora daqui, Benjamin! — O olhei depois de olhar para o céu e vê-lo limpo e sem aeronaves.

— Você sempre foi chato, mas Jesus, Maria e José! — Esbravejou. — Hoje você está insuportável, Styles! — Revirei os meus olhos.

Eu não faço o tipo sentimental ou até mesmo sensitivo, não entendo nada sobre sentimentos em geral, mas hoje eu estava mesmo me sentindo estranho. Eu teria que concordar com ele, hoje estou sendo bem firme com todos, mas não é por mal.

Eu estou apenas preocupado.

— Eu deixo você me xingar durante o restante do dia inteiro, mas agora vamos apenas voltar para a embarcação, sim? — Ele me olhou preocupado e ia falar algo quando ouvimos algo parecido com um grunhido.

Ficamos nos entreolhando e brigando apenas com o olhar.

Nós tínhamos que ir para o navio.

— Ben...— Murmurei quando ele se virou e me deu as costas.

— Eu vou dar uma olhada! — Eu respirei fundo.

— Não poderemos ajudar de qualquer maneira! — Ele me ignorou e continuou andando em direção ao grunhido que ouvimos antes.

Eu olhei por cima dos meus ombros apenas para ver o navio perto da praia, teríamos que correr até lá e Benjamin queria ajudar um maldito moribundo.

Passei a minha mão pelo pescoço e senti a corrente do colar que eu sempre usava. O puxei para fora do uniforme e olhei a placa onde Blanche havia escrito.

"Me encontre em Creusot e me segure outra vez.

Com amor, sua Blanche."

Minha Blanche.

Passei o meu polegar por cima do seu nome sentindo o meu coração ainda mais apertado que antes. Dividi o meu foco entre o colar e Benjamin se afastando cada vez mais.

Respirei fundo antes de beijar a placa e guarda-la outra vez dentro do meu uniforme molhado e sujo.

— Eu sinto muito, amor. — Murmurei antes de começar a seguir Ben.

Ele já estava mais afastado que antes mesmo estando andando lentamente por conta dos buracos feitos pelas bombas que caíram aqui a apenas alguns minutos atrás.

— Isso é loucura...— Murmurei incrédulo ao notar que ele não parava de andar e procurar alguém.

Continuei o seguindo mesmo de longe e só parei quando tropecei nos meus próprios pés. Olhei para baixo apenas para ver os cordões da minha bota soltos e me abaixei para os amarrar.

— Você está bem? — Ele perguntou ao me ver abaixado.

— Ficarei melhor quando estivermos no navio. — Respondi e ele respirou fundo finalmente se dando por vencido.

— Eu só queria checar, poderia ser um de nós precisando de ajuda. — Suspirei assentindo e dei um nó nos cordões antes de me levantar outra vez.

1945 Onde histórias criam vida. Descubra agora