1945

nightmare

Harry's POV

Estava de tocaia na sala de estar olhando para o relógio e encarando os ponteiros ansiosamente.

Benjamin finalmente havia parecido pegar no sono depois de alguns dias "acordado", mas mais parecido com um zumbi do que com um ser humano.

O tão esperado contato com o pai de William aconteceu hoje cedo e graças a ninguém mais, ninguém menos que Lucile. Graças a ela estar trabalhando hoje ouviu que seu pai procurava por mim no cassino do hotel, foi engraçado como ela me contou pois não estava esperando que eu fosse ficar feliz ao saber disso.

Tive que contar para ela sobre tudo que estiver pensando em fazer para que ela pudesse me fazer mais um grande favor, o último. Querendo ou não ela é uma ótima pessoa e mesmo que eu sinta que ela não goste muito de mim está dispondo sua casa a mim e Ben.

William's POV

- Tenha uma boa noite, querida. - Murmurei antes de beijar a testa de Celine e a cobrir direito com o cobertor depois de colocá-la na cama.

Era perto das dez e já se passava da hora de ambos estarem dormindo, mas para ser honesto? Nossa vida estava uma completa bagunça agora, não podemos cobrar disciplina dos pequenos.

Thomas estava deitado na cama tomando seu leite, ou o que restava dele.

- Thomas dormiu? - Laurie entrou no quarto e eu não precisei nem responder.

Assim que ouviu a voz de sua mãe o pequeno se sentou na cama e sorriu largando a mamadeira e indicando que estava mais acordado do que deveria agora.

- Puxa vida! Eu estou exausta e minha cabeça está explodindo... - Reclamou e eu respirei fundo.

Ela andava mesmo se queixando de dores de cabeça e nas costas durante esses últimos dias, mas o que eu poderia fazer?!

- Posso ficar com ele até que durma, não deverá levar muito tempo. - Murmurei como resposta e ela suspirou.

- Obrigada mesmo, Will. - Murmurou de volta agradecida e eu apenas assenti antes de vê-la caminhar até Thomas e beijar o topo de sua cabeça assim como fiz com Celine segundos atrás.

Fiquei observando os dois até que ela o ajeitou de volta na cama e me olhou.

- Sei que anda bravo comigo e realmente entendo o porque, mas mesmo assim quero agradecer por não desistir de mim e deles. - Murmurou se aproximando e deixando um beijo leve na minha bochecha esquerda.

Se esse gesto de carinho tivesse acontecido há apenas alguns meses atrás eu estaria entrando em combustão agora, mas devido a tudo que aconteceu recentemente entre nós, não senti nada diferente que empatia.

Nunca pensei que um dia fosse deixar de ter meus sentimentos por Laurie e realmente não deixei, mas sei que é diferente que antes.

Agora acho que sinto por ela o mesmo que ela sente por mim, apenas um sentimento de companheirismo mútuo e amizade. É até estranho pensar que um dia já fui completamente apaixonado por ela, me sinto envergonhado.

Quando ela saiu do quarto eu olhei o garotinho loiro sentado na cama me observando. Ri fraco quando ele apontou para a mamadeira já vazia, indicando que não havia mais nada que o interessasse ali.

O peguei no colo e saí antes de fechar a porta e me certificar mais uma vez de que Celine estava segura e dormindo. A porta do quarto de Laurie já estava fechada e Thomas apontou para ela antes de começarmos a descer os degraus.

- Deixe a mamãe descansar um pouco, sim? - Ele resmungou algo e eu desci com ele. - Fique aqui para eu ir levar isso na cozinha. - O deixei sentado no sofá e liguei a televisão para que ele ficasse entretido com algo.