1945

Conversation.

Harry's POV

Quinta-feira, 05 de outubro de 1945 - 1:15 AM.

Respirei fundo enquanto terminava de me vestir. Olhei para a cama a vendo dormindo tranquilamente na cama bagunçada.

Seu peito subia e descia lentamente, indicando o seu sono tranquilo. Era difícil ir embora quando tudo que eu queria era me deitar junto a ela.

Queria a ver dormir durante a noite inteira, queria sentir o calor do seu corpo esquentar o meu.

Como eu queria ficar.

Voltei a me vestir tentando ignorar os pensamentos dolorosos.

Lutei contra a vontade de acender um cigarro apenas para me distrair e terminei de colocar os meus sapatos.

Vasculhei no chão do quarto por meu cinto e encontrei perto da mesa de cabeceira. O coloquei e a olhei agora mais de perto.

Tão linda.

— Eu te amo. — Sussurrei enquanto me inclinava para deixar um beijo ao topo de sua cabeça.

Fiquei imóvel quando ela se mexeu na cama e logo voltou a dormir, só então eu voltei a me mexer.

Estava perto da sacada do quarto quando me lembrei que já fazia dias que eu não via Thomas.

Não iria fazer mal passar em seu quarto para dar uma olhada nele, não é?

Dei meia volta no cômodo e destranquei a porta com cuidado para não fazer muito barulho para não acordar Blanche e não acordar William.

Quando cheguei ao corredor me dei conta do quão ruim essa ideia foi, se Will me pega aqui eu nem sei o que pode acontecer.

As coisas já estão tão ruins que nem sei como podem piorar!

Caminhei até o quarto que Blanche me levou quando me contou a verdade, quando ela me contou que ele era meu filho.

Girei a maçaneta com cuidado e adentrei o quarto.

Um sorriso idiota brincou em meu rosto quando o vi dormir todo espalhado na cama ao lado de Celine.

Era muito estranho ver isso, quanto mais eu o vejo, mais encontro semelhanças entre nós dois.

Eu pensava em ter filhos, com Blanche, é claro. Ela foi a única mulher a me fazer gostar ao menos um pouco de romance.

O que eu não sabia era que teria filhos assim tão novo.

Minha mãe vai de certa enlouquecer quando souber que é avó, que Sarah já é tia.

— Vai acabar acordando eles. — Me virei em um piscar de olhos quando ouvi uma voz masculina e nem um pouco parecida com a de Blanche.

Puta merda, eu acabei de piorar a nossa situação em 1000%!

— Celine demora para dormir, eu não acordaria ela se fosse você. — Ele voltou a dizer.

Eu estava estático, sequer chegava a piscar!

O que diabos eu deveria dizer ou fazer?!

A única coisa que veio em minha cabeça foi pedir desculpas, mas eu não deveria me desculpar por ver o meu filho, ou deveria?

Meu cérebro disse que não a respeito disso, mas eu certamente deveria dizer algo sobre invadir a sua casa e transar com a sua mulher no quarto que deveria ser dele.

Eu gostaria de dizer que me arrependo, mas não, seria mentira de qualquer maneira.

— Vai apenas ficar me encarando sem dizer nada? — Perguntei cruzando os braços e se encostando no batente da porta.