1945

Break.

Blanche's POV

Com o coração na mão e quase sem conseguir respirar direito eu entrei na delegacia acompanhada de Will e junto das crianças.

Nossas bagagens estavam conosco e Will estava possesso, era de se esperar. Eu o fiz ir em todos os hospitais da região tentando ter fé de que eles estavam machucados, mas não que foram idiotas o bastante para fazer algo estúpido.

As crianças já estavam estressadas, eu preocupada e Will a beira de ter um ataque de fúria. Eu não queria pensar assim, mas no momento desejo que Harry esteja a beira da morte do que nessa maldita delegacia.

Sabia que eu não teria poder algum para o tirar daqui, e que tampouco Will faria algo para o levar embora, não com tanta raiva o consumindo, mas o entendo.

Eu sei, pareço estar indo a loucura também. Depois do nervoso que ele me faz passar mais cedo, me fazendo escolher entre as duas coisas que mais amo no mundo, eu poderia o odiar para sempre, mas não se ele estiver mesmo certo.

Não posso deixar o amor me cegar, sei que Harry não é um anjo, não é flor que se cheire e é mais impulsivo que qualquer um que eu conheça. Não precisava de muito para o tirar do sério e fazê-lo perder o controle, mas eu gostava de pensar que era um freio para sua busca incansável por problemas.

Gostava de pensar que eu seria quem o faria sossegar.

Depois de todos os seus juramentos e promessas sobre nos tirar dessa maldita situação, depois de me pedir em casamento de forma mais séria e se mostrar estar preocupado com o meu bem estar e de seu filho, eu acreditei que ele não fosse mais o mesmo que eu conheci na embarcação.

— Com licença! — Chamei atenção do policial atrás da bancada. — Quero saber se houve algum problema envolvendo homens estrangeiros. — Percebi que o homem que sequer havia me dado uma olhadela rápida fez questão de me olhar diretamente quando mencionei os dois.

Por favor, Deus! Que eles não estejam aqui!

— Houve uma prisão preventiva sim, dois homens. — Murmurou rindo ao terminar de falar.

Droga!

— Você não é a senhora Willbert, ou é? — Não pude deixar de notar um sorriso contido brincando em seus lábios.

— Sou sim, por quê? — Perguntei tentando não ficar ainda mais nervosa.

— Oh meu Deus... — Riu enquanto balançava a cabeça para os lados. — Pode me esperar aqui por um segundo, meu amigo Pax não acredita que tenha mesmo coragem de transar com outro homem mesmo com o seu marido sabendo! Ele diz que você é uma das boas, se é que me entende...— Minha boca se abriu cada vez mais conforme as palavras sujas se juntavam com seu tom promíscuo e deixavam sua boca.

Abaixei a cabeça completamente envergonhada ouvindo sua risada bem próxima de mim. Me virei para olhar Will que estava perto de algumas cadeiras em uma pequena sala de espera.

— Porra, aquele não é o seu marido, é?! Por Deus, eu nunca sairia de casa se fosse ele! — Voltou a dizer enquanto eu estava parada em completo estado de choque.

Eu queria sair correndo, queria chorar, mas estava presa naquele lugar enquanto ele dizia coisas como essas para mim.

Minhas bochechas estavam coradas e eu não sei dizer se por vergonha ou raiva, eu juro por Deus que poderia o estapear aqui mesmo se não estivesse completamente perdida em mim mesma agora.

Juntando todas as minhas forças eu finalmente tive condições de me mover para longe dele, mas ainda pude o escutar chamando por alguém desconhecido.