Divorce.

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William's POV

Quarta-feira, 03 de outubro de 1945 - 07:02 AM.

O dia mal havia começado e eu já estava com os relatórios em mãos esperando apenas ela descer.

Por mais que eu tivesse pedido por isso, não estava pronto para ler tudo que li. Ela não deu a mínima para os meus pedidos, não pensou duas vezes antes de deixar Styles entrar em minha casa e ainda me deixou fazer um maldito jantar para ela em comemoração ao seu aniversário.

Não conversamos muito, mas já estava até acostumado com isso. Devido aos acontevimentos das últimas semanas nós passamos de amigos para desconhecidos.

Agora realmente vejo que ela não era quem eu pensava. Não conheço a mulher por quem sou apaixonado.

Passei a mão no rosto quando ouvi uma porta batendo lá em cima e dobrei os papéis antes de os guardar dentro do meu bolso

Ainda não era a hora.

- Achei que já tivesse saído. - Disse ela enquanto descia as escadas.

- Estava lendo algumas coisas, mas já estou indo. - Ela assentiu.

Me levantei e comecei a caminhar para fora da cozinha, mas parei no meio do cômodo e me forcei a olhá-la mesmo sabendo estando com nojo dela.

- Você não tem nada para me contar? - Perguntei tentando me manter calmo e ela me encarou.

Seus olhos desviaram dos meus em um sinal claro de que ela não tinha coragem de mentir para mim, eu esperava que ela dissesse a verdade.

Eu estava a dando uma chance de me contar tudo.

Ela não era uma mentirosa, não poderia ser.

Eu não me apaixonaria por alguém que mentisse na minha cara.

- Não, por quê? - Perguntou voltando a me olhar nos olhos.

Respirei fundo sentindo o meu coração despencar do peito. Ela era uma mentirosa e fazia isso sem sentir mágoa alguma!

- Não, nada. - Murmurei praticamente correndo para fora de casa.

Meu peito subia e descia rapidamente, eu estava ofegando de raiva.

Como ela pôde? Como ela me substituiu tão rápido?!

Depois de tudo que eu fiz por ela, depois de tudo que fiz pelas crianças! O mínimo que eu esperava era um pouco de respeito e nem isso ela me dá, nada que eu sinto por ela é correspondido!

Mas ótimo! Se ela queria assim, então por mim tudo bem, eu já estou cansado de me humilhar por alguém como faço com ela, estou cansado de ser desrespeitado dentro da minha própria casa.

Bati a porta e ela se fechou em um estrondo atrás de mim, caminhei rápido em direção ao meu carro e entrei. O liguei e saí da garagem praticamente cantando pneu.

Vi uma silhueta pela janela e olhei apenas para a ver parada na porta.

Ela sabia que eu havia a pego. Sua expressão me dizia isso claramente, era algo misturado com lamento e culpa.

Mas isso não me afeta mais, pelo mesmo motivo que o dela, o meu sofrimento, a minha opinião não importava para ela.

Tudo que saia da minha boca entrava pelo seu ouvido e saia pelo outro, todas as minhas lágrimas eram choradas em vão.

Eu sou descartável para ela.

Eu não sou ninguém.

Mas nada disso importa mais, agora eu sei extamente o que fazer.

1945 Onde histórias criam vida. Descubra agora