1945

Lier

Blanche's POV

— Esqueça, Laurie! Eu não vou! — Will bateu o pé mais uma vez e eu respirei fundo.

— Will, eu encarecidamente estou pedindo esse favor! Eu pensei que quisesse mesmo dar fim a tudo isso, toda essa...— Recebi um olhar de desaprovação e me dei conta das crianças presentes na sala. — Bagunça, toda essa bagunça. — Ele assentiu.

— E quero! Porém não vou mesmo levar você para ir se encontrar com o seu amante, pode esquecer! — Rebateu e eu coçei a minha testa.

— Escute, Will...— Me aproximei mais dele que estava sentado no sofá. — Eu não aguento mais estar casada com você. — Ele franziu o cenho.

— Desculpe? Eu pensei que fosse tentar me convencer a ir até lá. — Zombou.

— Acredite, essa é minha intenção! — Ele riu fraco antes de negar.

— Tente outra vez...— Cruzou os braços e eu suspirei.

— Eu não aguento mais estar casada com você, devido a essa ideia nós destruímos a boa relação que tínhamos no começo. Eu sei que suas intenções foram boas, mas Deus sabe como não deu certo! Eu sei que você também sabe. — Ele desviou o olhar e eu usei isso como uma brecha para continuar. — Eu preciso de Harry para me ajudar a criar Thomas, porque Deus sabe que eu não vou mais aguentar sustentar essa mentira com você. Sem falar sobre Celine, a pobre já perdeu a mãe, quer mesmo que Benjamin se machuque?! E ainda irei além, quer saber que poderia ter feito algo para impedir e ficou aí sentado no sofá?! — O encarei rezando com toda a minha fé para que ele se desse por vencido.

Tudo isso para que ele aceitasse me levar até o hotel em que ambos os ingleses estavam hospedados. Harry não havia me contado nada sobre estar pensando em comprar uma casa, ele odeia esse país!

Isso tudo estava muito bagunçado, eu sentia que algo estava errado e não gostava de pensar no que poderia acontecer com os dois.

Eu não gostava de pensar que poderia perder ele.

Não mais uma vez.

Will levou longos segundos preso em seus próprios pensamentos. O meu coração martelava em ansiedade, eu só queria uma resposta sua, e uma resposta positiva.

— Certo...— Veio em um murmuro, mas nunca fiquei tão feliz.

Ele se levantou e eu não contive a vontade de o abraçar, então o fiz.

Ele pareceu surpreso demais para corresponder meu gesto antes que eu já me separasse dele. Não era o abraço dele que eu desejava no momento, então apenas o larguei e busquei pela chave do seu carro.

As crianças obviamente foram junto e ficaram animados quando viram a rua, aliás, já fazia um bom tempo que não dávamos uma volta pela cidade.

— Da última vez que eu fui até lá ele me atacou! — Reclamou e eu respirei fundo o vendo dar partida no carro, uma vez que já estávamos todos dentro.

— Da última vez você disse que ficaria me esperando no carro, o que não aconteceu! — O recordei e ele apenas respirou fundo antes de começar a dirigir pelas ruas da cidade.

Harry's POV

Estava na varanda do quarto olhando para a merda da Paris e fumando um charuto quando ouvi batidas na porta.

Seja lá quem for está estragando um dos pontos altos de paz do meu dia!

Eu sei, se isso era paz...

Caminhei até a porta e a abri apenas para ver Morrison.

— Por onde esteve? Não passou para me perturbar hoje. — Zombou e eu apenas sorri falso.