Goodbye.

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Blanche's POV

Sábado - 08 de setembro de 1945 - 09:17 AM.

Era sábado de manhã e nós já deveríamos estar a caminho da praia, mas Will não havia levantado ainda.

Eu desci logo cedo e já estava pronta, não achei que ele fosse desistir da ideia, ele parecia animado. Eu obviamente não fazia questão de nada, mas queria que as crianças conhecessem o mar, foi onde eu e Lucy conhecemos os pais deles.

Não havia problema, nós poderíamos fazer isso quando eles voltassem. Eu já esperei por anos, apenas alguns dias não me matariam.

Eu fiquei em dúvida entre ir ou não para a loja, mas já havia dito a Lucile que ela não precisaria ficar com as crianças durante esse fim de semana e não estava com vontade de ligar para pedir favores no momento, apenas deixarei tudo como está.

Ele chegou tarde ontem e parecia bravo. Eu ouvi o barulho da porta do banheiro se abrindo e se fechando e os seus passos duros na escada quando ele subiu e desceu para ir dormir na sala.

E Lá ele estava.

Eu estava tentando manter as crianças longe de lá, mas eles eram apenas bebês e não sabiam como fazer silêncio nem se eu pedisse.

Eu certamente não pediria mesmo se entendessem.

Eu posso estar sendo muito dura com ele, mas estou sendo honesta como sempre fui. Eu não faria o que ele queria que eu fizesse, eu não vou fingir que o amo.

Eu não estaria sendo um mesma o enganando. Como eu dormiria com ele apenas para o fazer feliz?

A minha felicidade também não conta?

Eu o amo, mas não do jeito que ele espera ou deseja, prefiro manter as coisas claras para que ele não se deixe levar pela fé ou esperança de que um dia isso mude. Pode ser que sim, nós nunca podemos dizer nunca, mas no momento, não é assim que eu me sinto e preciso deixar claro.

Prefiro o magoar com a verdade do que o agradar com a mentira, afinal, o que eu diria para ele caso Harry volte mesmo e eu estivesse fingindo. Eu o magoaria de qualquer maneira, talvez não fôssemos feitos para ficarmos juntos de maneira ou outra, ele precisava entender isso.

— Thomas! — Eu o repreendi e aumentei o meu tom de voz ao vê-lo levar algo para a boca. — O que é isso? Deixe-me ver! — Tento abrir a sua mãozinha e ele apertou mais os dedinhos.

Jesus Cristo, por que ele era assim?!

Quando finalmente abri a sua mão pude ver um pedaço de folha seca.

Estávamos do lado de fora de casa, no Jardim.

O repreendi outra vez apenas com o olhar e ele sorriu. Ele sabia como usar o seu charme para sair de encrencas.

— Não pode colocar isso na boca, isso é sujo e deixa você doente! — Tirei o pedaço de folha da mão dele e ele ficou me olhando sério.

Certamente não gostou de ter sido chamado atenção.

Ri fraco e beijei a sua bochecha gordinha antes de deixá-lo livre para brincar com Celine outra vez.

Eles estavam fofos, os dois usavam macacão com suspensórios.

Voltei a me sentar no banco que Will construiu assim que nos mudamos e voltei a pensar em tudo que estava acontecendo.

Eu fiz tudo por eles, eu não teria aceitado o pedido se não fosse por eles. Eu aguentaria as fofocas, aguentaria os olhares de reprovação e os comentários perversos, mas não aguentaria vê-los com fome ou sem teto.

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