I. Natasha

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21 de Setembro de 2011

Primeiro dia do Inverno.

As abundantes folhas verdes das árvores do lado de fora da nossa janela foram mudando. Pouco a pouco, ficando brilhantes, se tornando vermelhas e ouro flamejante, e em seguida caíam cobrindo o solo.

Eu fecho meus olhos para os sinais daquela que costumava ser minha estação preferida.

Outono agora vem como uma geada no ar, que esfria e aquece meu coração. Esta época do ano desde então se tornou uma memória agridoce.

Estou dividida entre pensamentos sobre suéteres grandes demais, cidra de maçã quente, e carinho no balanço da varanda. Agora parece que o suéter está me dando coceira. A cidra quente de maçã azedou, e não terá nenhum carinho.

Enquanto eu brinco com um fio solto da manga do meu suéter, eu penso sobre ele, e como esse era seu favorito. Ele amava quando eu o usava.

Eu penso sobre a última vez que ele me viu com esse suéter, e um sorriso doloroso se forma em meus lábios.

Era o primeiro dia do outono.

O último dia em que o vi.

Quase seis anos atrás.

– Amor, se você não ficasse tão bem nisso, eu o arrancaria fora com os meus dentes e te destruiria nesse balcão.–

Ele talvez não tivesse jeito com as palavras, mas ele tinha um jeito comigo, eu senti falta disso. Eu senti falta dele. Eu senti tanta falta dele.

Tirando o suéter sobre minha cabeça, ele olha enquanto eu o dobro e o deixo sobre a cadeira. É o favorito dele, afinal. – O suéter está salvo. Você estava dizen-– Sua boca me corta, enquanto os seus braços se envolvem em mim para abrir o fecho do meu sutiã.

Encontramo-nos pela primeira vez aos dezesseis, e eu sabia que o amava desde então. Nós nos casamos dois anos depois, quando ele decidiu se juntar à Marinha. Ele sentiu que era seu dever seguir os passos de seu pai, e eu o teria seguido para qualquer lugar. Ele era forte e corajoso. Eu estava orgulhosa dele.

Eu ainda estou muito orgulhosa dele.

Deixando beijos molhados pelo meu pescoço ele puxa as tiras do meu ombro e o sutiã cai no chão. Sua grande e forte mão serpenteia embaixo da cintura da minha calça e me apalpa enquanto ele abocanha um de meus mamilos endurecidos com a boca.

Ele tinha terminado o treinamento básico e iria ser implantado no dia seguinte. E com apenas vinte e quatro horas de sobra, eu tomei o máximo que podia dele, e tomei o máximo de vezes que pude. Nós nos beijamos e nos tocamos durante todo o dia e toda a noite. Não dormimos. Não podíamos.

Meu peito se ergue, colocando ainda mais meu seio dentro de sua boca e ele lambe meu mamilo sensível. Eu suspiro, ele me levanta para me apoiar sobre a bancada, arrancando o restante da minha roupa.

Ele fez amor comigo naquela bancada.

No chão.

No sofá.

Na cama.

Ele sempre teve a fantasia de me levar para fora, e eu fiz essa fantasia se tornar realidade nas primeiras horas da manhã no nosso gramado da frente.

Eu desejei que aquela noite nunca acabasse, mas acabou. A manhã que ele partiu foi a mais triste, mais preciosa manhã de minha curta vida.

As mochilas dele estão prontas e colocadas ao lado da porta aberta. Vestido com aquele uniforme verde e caqui do seu serviço, ele tira meu fôlego. Ele envolve minha cintura com um braço, me trazendo para perto, coloca as duas mãos em volta do meu rosto. Olha no fundo dos meus olhos. – Quando eu voltar, eu vou te engravidar, Tasha. De novo, de novo e de novo.–

– Mãe! – sou trazida de volta à realidade por meu filho; nosso filho, Ben. Ele é o bendito resultado dos meus últimos momentos com Bucky, e eu agradeço à Deus por ele todos os dias. Eu não sei o que eu faria sem ele e sua constante lembrança de quão real foi aquela parte da minha vida. Eu olho para ele e sei que a memória de Bucky nunca vai se apagar.

– Aqui fora, bebê. – Eu ouço seus pezinhos enquanto ele corre em direção à porta da frente. Seus cadarços batem contra o chão de madeira e eu sei o que ele quer.

– Mãe, amarra meus sapatos? Eu não consigo. – Seus vivos olhos castanhos são grandes e questionadores.

Ao olhar para ele, não diria que era meu filho, exceto para aqueles olhos de um tom esverdeado e longos cílios negros. Sua tez escura nativa é um forte contraste com a minha pele de alabastro. Seu cabelo preto cortado é macio e brilhante. A depressão no canal de seu nariz acentua o tamanho de seus lábios cheios e carnudos. Ele tem os lábios do pai, e eu posso descrever o início de uma forte mandíbula. Ele se parecia muito com Bucky hoje.

– Claro, bebê. Sente-se aqui ao meu lado. Você se lembra das palavras? – Balançando a cabeça, ele sorri para mim. – Ok, vamos dizê-las juntos.

Construir uma tenda, ir para dentro.

Feche-o apertado para que possamos nos esconder.

Sobre a montanha e ao seu redor nós vamos.

Aqui está a minha flecha e aqui está o meu arco.

Com a confiança renovada, Ben faz o outro nó em seu próprio tênis recitando as palavras que eu ensinei. Ele é um aprendiz rápido, como eu, e dolorosamente bonito, como seu pai. Eu sei que ele vai longe com o que temos dado a ele.

– Eu consegui! Olha mamãe! Eu consegui! – Seu entusiasmo me faz lembrar do James, e meu coração aperta, e queima enquanto penso em como Bucky teria orgulho dele, e desejo que ele pudesse estar aqui. Um menino deveria ter um pai para ensinar-lhe essas coisas. Ele deveria estar aqui para lhe ensinar essas coisas.

– Sim, você conseguiu, homenzinho! Estou tão orgulhosa de você! – Ele me deixa abraçá-lo, mas me afasta antes do que eu gostaria.

Ele sempre o faz.

– Você está pronto para a escola? Já pegou tudo? – Eu pergunto como sempre, recebendo a mesma resposta irritada que ele dá desde que começou no jardim de infância.

Estava tão crescido.

– Sim, mamãe. – Ele bufa, revirando os olhos; isso ele puxou de mim.

Curvando-me, dou-lhe um beijo na bochecha, e ele o limpa.

Meu coração se parte, mas apenas um pouco quando juntamos as mãos e caminhamos juntos em direção à sua escola.

Ele está crescendo muito rápido.



─ ─ ─ 

N/A: Essa é uma das minhas fanfics favoritas, é muito soft, espero que gostem da mesma forma que eu gosto. Como eu disse no twitter vou postar algumas adaptações aqui até acabar meu bloqueio criativo. Comentem, votem, etc ♥

By Your Leave ─ RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora