XV. Natasha

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Às vezes me pergunto se o universo está contra mim, contra todos nós, especialmente no nosso tempo mais desesperador de necessidade.

– Onde ela está? – Eu ataco incapaz de conter-me.

Durante toda a noite não conseguimos falar duas palavras sem que ela me interrompesse, agora ela não está à vista.

– Está com pressa? – Steve sorri, dando leves toques como uma perna em toda a volta do meu joelho, divertindo-se enquanto observa eu me contorcer.

– Eu? Não. Eu estava com a impressão de que queria sair daqui passar algum tempo sozinho em uma casa tranquila, sem interrupções. Mas, eu acho que eu estava errada. – Suspirando, eu me inclino para trás. – O que significa que, Ben pode voltar para casa hoje à noite... como ele queria. – Dou-lhe um olhar aguçado, esperando que ele entenda que eu posso receber o telefonema temido a qualquer momento, e seus olhos se arregalam.

Ele se levanta da mesa.

– Onde você está indo?

– Encontrar a nossa garçonete.

Eu sorrio quando ele vai embora, engolindo o resto do meu Pinot Grigio, e eu o vejo. As pontas crescidas de seu cabelo brilham como o brilho de uma vela. Sua jaqueta cinza escura e calça jeans de lavagem também escura parecendo quase preta na iluminação fraca.

Balançando ao som suave de cordas, eu gosto do corte estreito de seus quadris, a maneira como ele se comporta, a arrogância, ninguém consegue ignorá-lo.

E não digo isso só por causa do vinho.

– Vamos lá. – Abro os olhos, não me lembro de alguma vez os fechar. Ele está estendendo sua mão, e eu a pego.

– Você a encontrou? – Balançando a cabeça, ele me ajuda a ficar de pé, colocando a mão na parte inferior das minhas costas.

– Bem, não temos de pagar? – Ele levemente me empurra na direção que ele quer que eu vá, me levando para a noite fria, e de repente eu estou sóbria.

– Eu paguei. Tome cuidado. – Ele me puxa, tropegamente e vacilante, através dos descuidados pedaços quebrados, e avançamos na rua da cidade.

Quando chegamos ao carro, o vento bate, levantando a bainha solta do meu vestido, e eu tremo. Steve tira o casaco, colocando-o sobre meus ombros, e eu posso sentir o cheiro dele.

O cheiro de madeira resistente me rodeia, tudo rústico e pesado. Meus sentidos estão no pico com o cheiro límpido, nítido no ar frio, e eu me sinto tonta. Eu estou bêbada de novo, bêbada dele, do seu cheiro, o que eu sei que vai acontecer.

Eu preciso dizer-lhe.

– Você tem um cheiro bom. – Eu digo em vez disso, e ele ri, inclinando-se, cheirando a parte inferior da minha mandíbula.

– Você tem um cheiro bom. – Me pressionando para dentro do carro, seu nariz viaja para baixo, fazendo cócegas em minha pele.

– Muito bom. – Com lábios no côncavo de meu pescoço, ele murmura.

– Gosto bom. – Eu gemo, sentindo sua língua, quente e úmida.

Quero fazer a mesma coisa.

– Leve-me para casa. – Eu sussurro, e ele concorda.

Levando-me ao outro lado do carro, ele segura a minha mão e abre a porta, me ajudando a entrar.

Coração batendo, os pulmões respirando, peito arfante, eu assisto enquanto ele caminha para o outro lado, sobe e dirige às pressas.

By Your Leave ─ RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora