V. Natasha

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Observo da janela do meu quarto no segundo andar enquanto Steve e Ben recolhem as folhas caídas em pilhas. Ben salta de monte em monte, espalhando as folhas ao redor do quintal novamente. E mesmo estando em pé atrás do vidro fechado, posso ouvir Steve rir ao ver Ben desfazendo todo o seu trabalho duro. Esse era um som pelo qual eu havia rapidamente me apaixonado.

Steve estava aqui há algumas semanas, e havia passado cada momento do seu tempo livre com a gente. Ele nos acompanhava a viagens ao supermercado, fazíamos quebra-cabeças em dias de chuva, e eu ainda fui capaz de montar um tour privado pelo zoológico. Atendendo a condição de Steve e seu ferimento de guerra, eles ansiosamente me compeliram, e fomos escoltados ao redor do terreno em um carrinho de golfe.

Eu tive que rir ao lembrar-me daquele dia. Ben declarou que todas as futuras visitas ao zoológico exigiriam tours pessoais em um carrinho de golfe. Isso o mudou para sempre. Ele me perguntou várias vezes se eu daria um para ele de Natal, então nós não teríamos mais que andar até a escola. Ele disse: "Nós podemos apenas brincar, mãe. Isso seria divertido". Esse era o seu discurso para tudo. 'Isso seria divertido'. Eu balanço minha cabeça. Aquele garoto. Ele era algo mais.

Nos dias em que a perna de Steve não estava lhe dando problemas ele se juntava a nós em nossas caminhadas para a escola. Ele não deixava a casa frequentemente e quando o fazia nunca oferecia uma explicação ou compartilhava os detalhes de sua saída. Eu nunca perguntei por que não sinto como se fosse assunto meu, mas eu queria saber. Eu queria saber tudo sobre ele.

Infelizmente, eu sabia quase nada. Bem, isso não era exatamente verdade. Eu sabia que ele era gentil, paciente e cuidadoso. Eu sabia que ele gostava da companhia de crianças. Sam veio algumas vezes visitar Ben, e ele brincou com os dois. Por algum milagre, funcionou bem o fato de que o pai de Nick era quem o trazia sempre. Mas minha sorte com certeza se esgotaria, e Steve acabaria correndo para Sharon Carter mais cedo ou mais tarde. Estremeço. Era inevitável. Eu estava surpresa que ela não estivesse bisbilhotando.

Voltando para a pilha negligenciada de roupa, eu começo a dobrá-las e arrumá-las em pilhas. Eu continuo os ouvindo rir e isso me faz sorrir. Não me lembro de alguma vez sorrir enquanto dobrava roupas. Mas se essa fosse a nova trilha sonora para a tarefa, então eu a faria sorrindo a partir de agora.

Era agradável ter Steve por perto. Ele não era só atencioso com Ben, mas também útil na casa. Em seu segundo dia aqui ele consertou o cortador de grama e cortava a grama uma vez por semana desde então. Em uma semana de sua estadia, nosso vaso sanitário quebrou, e ele milagrosamente consertou isso também. Eu nem tive que pedir. Ele era como um presente de Deus que veio bem na hora.

Ele chegou ao ponto de pendurar o balanço de pneu no velho carvalho no quintal. Nossa batida pick-up Chevy estava fora de uso, e ele usou um dos pneus bons. Ben ainda tagarela sobre isso enquanto eu luto para aprontá-lo para dormir. Toda noite ele parecia esquecer o fato de que, sim, ele tinha que tomar banho e vestir pijamas. Steve tinha sido prestativo quanto a isso também. Ele disse a Ben que homens de verdade ouvem suas mães, tomam banho todos os dias, e sempre vestem pijamas para dormir. Meu coração estava crescendo por ele a cada dia, a cada momento que ele passava com Ben, conosco.

Segurando uma estranha peça de roupa, rapidamente a deixo cair. Para minha vergonha era um par de cuecas boxer de Steve. Elas devem ter ficado presas em uma das máquinas e se misturado com nossas roupas.

Olhando em volta, eu as pego de volta para segurá-las a uma distância e estudo-as. Elas são Fruit of The Loom*. Brancas e feitas de algodão macio. Eu tenho uma súbita vontade de passá-las em meu rosto e cheirá-las. Deus! Que loucura!

By Your Leave ─ RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora