04 - Terrível Providência.

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Thanatos observava o humano de Athena tomando whiskey sentado à frente de um balcão em um bar ainda em Nova York bradando seu último feito, ao que lhe parecia eles tinham alguma noção do que o humano fazia, pelo menos era o que aparentava da conversa entre o barman, ele e uma mulher que estava sentada ao seu lado. Tocava uma música de uma banda qualquer de algo parecendo blues, enquanto algumas mulheres e homens circulavam entre as mesas. Os que não seguravam bandejas anotavam pedidos dos clientes. Ele apenas observava o comportamento humano esperando à sua hora certa de agir, esperando o momento certo certo para fazer seu movimento e ter em posse por fim sua alma. Como iria ser julgada não era problema seu.

Aproximou-se à passou lentos do mesmo pois a qualquer momento cairia, mas antes de o ceifar e executar seu serviço como assim o destino mandava, o garoto cai no chão assustando o deus da morte ao ser pego de surpresa por não prever aquilo, em sua conta restavam um minuto. Ele corre colocando os dedos na jugular do rapaz, ele estava sofrendo uma parada respiratória estava se debatendo no chão. Pessoas alarmadas rodeavam o local. Thanatos já sabia que ele estava morto e saiu antes que a ambulância chegasse.

Saindo do bar andou pela calçada que levava ao fim daquela rua que a muito já a conhecia. Estava furioso por ter sido tapeado daquela maneira que nem pôde prever direito o que aconteceu, mas ele só conhecia uma pessoa ou melhor, coisa que poderia causar a morte de uma pessoa como ele faria, não que fosse melhor. Fazia tempo que não o via, na verdade. Parando em meio a grama verde do parque, chegou o perímetro virando o rosto para os lados atentamente, pois sabia que ele ainda estava nesse lugar. E então sentiu-se ser puxado pelos cabelos e quando deu por si fora jogado contra uma encosta de um barranco fechando os olhos com força, já não estando mais no parque. Ele conhecia esse lugar e não era Manhatan, tão pouco terras humanas. Ao abrir os olhos viu a figura de cabelos ocultos pelo elmo de sua armadura olhando para si. Só teve a certeza de que era o juiz do inferno que assim como ele possuía uma foice.

— Radamanthys... – Rosnou entre os dentes, enquanto se levantava do chão aonde agora estava meio que sentado.

Mesmo que seus cabelos prateados e molduras sem seu rosto enquanto levantava, confirmando quem era, sabia que não estava nas graças daquele expectro por coisas de seu passado, por alguns instantes suas lembranças retornaram há muitos séculos atrás... Ainda era fiel à Hades e estava em um jugo de xadrez com seu irmão, o qual fora interrompido à chegada do expectro que não tinha grandes conhecimentos. "Qual dos dois é o senhor Thanatos?" Aquelas palavras rondavam sua mente, mas saiu delas ao que ouviu a voz do mesmo.

— Oi, "senhor" Thanatos. Há quanto tempo desde que nos falamos uma última vez, não é mesmo? – Um sorriso de dentes pontiagudos e amarelados se formou em seus lábios. Um sorriso sádico que colocaria medo em qualquer inimigo que fosse, apenas pela fama daquele homem que nem dava para notar que um dia havia sido um humano.

O juiz do inferno tinha noção de que esse em sua frente era da mesma classe de seu verdadeiro e único senhor, ou seja, era uma divindade que trabalhava com Hades, embora as coisas tenham mudado e ele sabia muito bem o porquê, mas afinal quem no Submundo, Elisios ou Olimpo não soube o que houve com o poderoso deus da morte? No entanto, ninguém ousava a comentar sobre o que ocorreu naquele dia. Ninguém exceto ele e o motivo? Ele não aceita ser rejeitado. Nem que seja por uma divindade.

— O que você fez? – Thanatos apontou o dedo furioso na sua cara sem medo algum. Radamanthys sabe que dos gêmeos, esse era o pavio curto que odiava os humanos, embora ironicamente o amor de sua vida fosse uma.

E era exatamente isso que fazia daquele deus um ser tão fascinante. Era rebelde. Ninguém nunca mandou nele. Nem mesmo seu senhor Hades. Mesmo daquela maneira, para prendê-lo fora preciso embosca-lo sem o seu gêmeo com a ajuda de três deuses e quatro expectros. E ainda assim ele ainda tinha aquele rosto ameaçador, o mesmo que ostentava agora.

𝐃𝐀𝐍𝐂̧𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌 𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora