05 - Party People.

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Hypnus estava sentado tomando chá, enquanto à sua frente havia uma mesa branca qual tinha o tabuleiro com as peças de xadrez. Não demorou e por entre as rosas negras surgia o próprio dono delas, o mesmo que tinha o rosto igual ao seu. Sentindo a presença da morte o sono abriu a boca afastando a xícara de seus lábios, porém se alarma com o estado em que estava seu irmão.

— Mas já... – seus olhos igualmente azuis aos do gemeo recaiu sobre a figura que já estava próximo da mesa com uma carranca.

Os cabelos prateados estavam bagunçados, no rosto haviam vários cortes estavam à se fechar a medida que andava. Suas vestes além de sujas estavam rasgadas. Cortes provavelmentes feitos por energia e não por uma lâmina. Engoliu em seco sabendo que não era obra de Dionísio.

— O que infernos aconteceu com você, Thanatos? – levantou alarmado deixando a xícara sobre a mesa e indo até seu gêmeo o fazendo parar naquele instante, de frente para ele.

Ah, ele estava furioso. Podia sentir isso de longe e mesmo que os olhos azuis gélidos, não fitas sem os azuis claros de seu irmão. As mãos se fecharam em punhos e foi com um suspiro cansado que ele respondeu a contra vontade. Sabia que se não falasse o quanto que Hypnus podia ser insistente, tão irritante de insistente que era.

— Radamanthys ceifou Samuel Belmont no meu lugar. – começou vendo seu gêmeo arregalar os olhos. Ele sabia quem era o garoto. – Então eu o confrontei. Nós brigamos, mas ele fugiu quando eu ia matá-lo.

Seu irmão ficou parado por alguns segundos como se lembrasse do passado e começando a ficar preocupado. Ele tinha certeza de que o juiz já não voltaria a perseguir seu irmão, no entanto, ao que parece ele se equivocou e de pensar que isso havia acontecido há um milênio atrás...

"Hypnus e Thanatos se encontravam jogando xadrez. Era um hábito dos dois e uma coisa que faziam juntos para passarem o tempo juntos, principalmente no ano de 1020. Ambos eram ceifeiros e nessa época trabalham juntos sendo o gemeo loiro responsável por induzir humanos ao coma e seu irmão por levar as almas. Em todo o caso, ambos os deuses sempre acabavam levando as almas para o Submundo, para ser julgado pelos três juízes como sempre aconteceu. Não era como se seus dias fossem monotos, mas ainda assim também não era como se os gêmeos tivessem muito o que fazer.

E se por um lado o loiro tinha certo fascínio com o comportamento humano o de cabelos prata os desprezava. Segundo a morte, humanos matavam e guerreavam por seus próprios motivos egoístas, mas ainda assim sempre matavam em nome de um deus. Isso o deixava particularmente enojado. Não entendia como Hypnus conseguia enxergar um lado bom neles, até tendo uma filha com uma mulher.

— Não te entendo. – começou fazendo um bico, enquanto trocava seu peão por um dos dele fazendo sua jogada.

— Com base na sua jogada, eu sei que não, irmão. – lhe surgiu um sorriso torto no rosto quando Hypnus fez sua jogada. Deixando o cavalo em uma posição perigosa só para ver a carranca surgindo no rosto do outro.

— Não estou falando disso, idiota! – seu olhar foi do rosto dele ao tabuleiro com as peças. Pensou na próxima jogada que faria voltando a falar. – Falo em relação ao humanos. Primeiro salva um cavaleiro, isso depois de ter aquela criança com aquela mulher grega. – não olhou em um momento sequer para o outro, apenas moveu a peça de qualquer jeito. Sem pensar.

Estranhando aquela indagação repentina, arqueou uma das sobrancelhas douradas fazendo um leve bico com aquela jogada mal feita. Estranhando aquilo, afinal seu irmão odiava perder.

𝐃𝐀𝐍𝐂̧𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌 𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora