06 - Conflitos Internos

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Dionísio olhou para Thanatos ainda o vendo surpreso com o fato de saber que não havia sido o deus da morte a ceifar o protegido de Athena, mesmo que concordasse que ela mais do que merecia uma lição bem dada. Ele sabia que falava demais em momentos inoportunos como aquele. Era de sua personalidade ser comunicativo demais e se expressar de mesma forma. Sabia da conversa que o outro teve com sua irmã, uma vez que ela mesmo havia lhe ordenado a convence-lo de não fazer o seu trabalho, ainda estava surpreso com a audácia da deusa da sabedoria. E sabia que aquilo poderia o ter sobrecarregado o deus da morte. O festeiro bem sabia que ele odiava que mandassem nele. Que não gostava de receber ordens de ninguém, sabia muito bem que nem Hades — quando o próprio Thanatos trabalhava com o imperador — mandava nele. Ele era imprudente.

— Mas em fim. Acredito que não seja para isso que esteja aqui nesse momento, certo? – O festeiro levou sua mão esquerda a cintura do platinado e a deslizou sobre o tecido de seda preta para se posicionar no meio de suas costas o puxando para mais perto e colando seus corpos. – E já que veio para esquecer esse desagradável ocorrido, eu me encarrego de cuidar disso para você. – com um sorriso orgulhoso tomando seus lábios moveu as mãos livres e pegou as do menor as levando para repousar em seus ombros.

O deus da morte sabia que podia empurrar o festeiro para longe e quebrar aquela proximidade toda, apenas pela audácia do que ele havia acabado de fazer. Assim como ele poderia simplesmente falar alguma coisa de seu calibre, a altura de sua arrogância e orgulho, qualquer que seja para se manter longe do festeiro. No entanto, a única coisa que conseguiu fazer foi ficar calado como se lhe faltassem palavras e seguir os passos que Dionísio acabará de iniciar naquele momento. Dançando conforme aquela música que tocava pelo salão que estava iluminado pelo lustre, embora aquele lugar estava quase na penumbra deixando o clima não sombrio pela baixa o luminosidade, mas assim estranhamente em contraste com a música que tocava.

Não era agitada como o jazz e muito menos lenta como as músicas românticas costumavam ser. Na verdade estava na medida, como um tipo de balada. Ele reconhecia como sendo tocada por algum humano qualquer pela letra em inglês que agora ecoava pelo salão. Mas ainda assim, não lenta a ponto de terem de dançar tão colados como estavam, mas não dava para dizer que aquela proximidade era ruim como fazia pensar que era. Pelo menos não era tão ruim.

"Saindo para dançar
Porque há música no ar
E muito amor em toda parte
Então dê-me a noite. Dê-me a noite."

A mão direita de Dionísio tomou a sua a segurando, enquanto a outra permanecia firme envolto à sua cintura como se temesse que fugisse a qualquer momento. A medida que a melodia consumia a si mesmo com uma letra quase significativa moveu o rosto em direção a cravicula do maior de forma que seu queixo agora repousava no ombro do deus do vinho ao lado de uma de suas próprias mãos que apertava de leve, um meio sorriso se fez presente em seus lábios de forma involuntária. E o motivo era que quem diria que logo ele estaria em uma situação dessas e com esse festeiro ainda por cima, em uma das festas que por tanto recusou estar presente. Poderia muito bem falar que a culpa de estar presente era culpa de Radamanthys, no entanto, já havia aceitado o convite antes mesmo que pudesse ir cumprir seu dever como deus ceifeiro.

Quando a música foi trocada ele afastou a cabeça do ombro do festeiro e seus olhos se encontraram e sem dizer nada um para outro, apenas se encarando. As mãos da morte agora estavam juntas novamente nos ombros do festeiro, assim como as dele estavam em volta de sua cintura. Um clima repentino se alastrou entre os dois, pelo modo que se olhavam, com certeza não era o olhar que um rival teria para dom o outro e a medida que aproximavam ainda mais seus rostos. Os lábios se tocaram e um beijo se iniciou naquele exato momento.

Quando suas bocas passaram a se mover em sincronia era como se estivessem apenas os dois no local e naquele piso meio escuro eram só eles mesmo. Com o deus da morte virado de costas para o hall da entrada, os dedos quentes do castanho agora tocavam o rosto dele pegando delicadamente em seu queixo, os lábios se mexendo juntos provando dos mesmos, e ao contrário do que Dionísio pensou eram doces em controvérsia ao deus que ele era. Fora assim durante alguns minutos até que se separaram pela ar que faltou em seus pulmões, apesar de serem divindades precisavam respirar. O menor abaixou o rosto olhando para outro canto e Dionísio permaneceu fitando seu rosto corado, parecendo que o desvio de olhar fora por vergonha ou algo do tipo.

𝐃𝐀𝐍𝐂̧𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌 𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora