09 - Expectativas

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— E no fim, acho que não vamos precisar fazer nada. – começou a voz pouco eufórica, parando abaixada ao lado de dentro da sacada.

Os cabelos loiros assim como as cortinas brancas da porta de vidro da sacada do quarto balançavam sincronizadas. Não foi diferente quando a de cabelos negros surgiu de cócoras apoiando a mão naquela mureta olhava para o lado de dentro. O modo como os braços do festeiro estavam envoltos ao seu pai apenas lhe dava a razão sobre o que havia falado a Afrodite. Definitivamente ela não precisaria mexer em algo que estava predestinado. Piscou os olhos mesmo que olhasse a cena seriamente, estava agradecida pelo zelo de Dionísio pelo seu pai cabeça dura.

— Que assim seja! Podemos ir agora. – mesmo Kallia sabia que não era sensato dar uma de voyer e ficar olhando o desenrolar do que achou que fosse acontecer naquele exato momento, no entanto próximo as roseiras do jardim, algo lhe chamou a atenção e Amanda nem sequer se deu conta.

Com um suspiro pesaroso e uma mordida no chocolate de sabor único pulou por cima da mureta no mesmo instante em que a morena fazia o mesmo. Um bico ainda enfeitavam seus lábios de batom negro, estando prestes a reclamar do que teve que fazer. E antes de sumirem, Kally apenas lhe deu um peteleco na testa antes que seu tio fosse a próxima vítima dos caprichos da McDemia. Hypnus que estava prestando sua atenção única a Apolo, nem se deu conta que seu irmão tivera duas visitantes encrenceiras.

A rosa azul ainda permanecia no mesmo lugar em que havia sido colocada. Ainda estava esperando que o deus a sua frente lhe contasse o que raios estava fazendo por lá assim tão derrepente. Sabia que o outro gostava de si, mas ainda que não admitisse o que sentia e mesmo que quisesse ceder. Essa não era uma hora de se submeter as suas próprias vontades, assumindo a si mesmo pela primeira vez que tivesse alguma vontade em relação ao loiro ao outro loiro a sua frente.

— E quanto ao que vim fazer aqui... – pausou fechando os olhos como se pensasse, levando a mão como se coçasse barba rala. – Estava com saudades de você... – o sorriso retornou aos seus lábios meio cheios.

O sono iria falar para ele parar com isso de uma vez, mas fora interrompido de imediato por Apolo que continuou a falar:

— E aproveitei para ver seu irmão. – abaixou a mão do queixo a deixando erguida gesticulando descontraído e abriu o olhos olhando com mais seriedade para o rosto do mais baixo. – Que além de estar dormindo junto com Dionísio está bem melhor do que eu pensei que estava. Afinal, os boatos chegaram até meus ouvidos.

O moreno piscou os olhos atônito e foi inevitável não olhar para a janela do quarto de seu irmão naquele exato momento. O fazendo contatar como estava sendo hipócrita, já que vivia falando para o irmão se resolver com o deus das festas. Algo que ele mesmo não fazia com o deus do sol. Dos dois gêmeos ele era o mais racional, então pra que ocultar isso de si mesmo? Não havia lógica nenhuma.

— O que foi? – questionou o outro se aproximando um pouco mais do loiro que agora virava seu rosto para olhá-lo.

— Nada! Parece que eu acertei sobre os dois, afinal. – disse com descaso, ou pelo menos era o que queria parecer que fosse.

Hypnus deu de ombros. A mão repousou sobre uma das rosas, o que não passou despercebido por Apollo. Ainda que estivesse tão perto dele a mão foi até a rosa azul que enfeitavam os cabelos do sono. Ele até havia esquecido que aquela flor estava atrás de sua orelha. Um sorriso novamente ganhou os lábios dele e um olhar curioso se fez presente no rosto do menor.

— Parece que eu errei. Não é uma rosa azul que combina com você. – fez um bico olhando para ele nesse momento. – Seria um lisianto sem dúvidas. Lisianto significa elegância, obviamente assim como as rosas vermelhas são atreladas a Afrodite, os humanos devem atrelar essa flor em sua homenagem. Embora convenhamos de que por mais bela que seja, não chega n perto do tamanho de sua beleza. – disse por fim pegando o pulso de Hypnus e deixando a rosa que antes estava enfeitando os cabelos dele à sua mão.

𝐃𝐀𝐍𝐂̧𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌 𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora