Seus olhos piscaram enquanto olhava para o expectro a sua frente. Para Thanatos, ouvir aquelas palavras sem o desdém do juiz o deixou surpreso. Afinal, Hope não parecia ter algum interesse pessoal em si. Isso o deixava confortável, enquanto seu irmão parecia não se lembrar do jovem o que o fez estranhar aquilo. Moveu a mão direita graciosamente para pegar na asa da xícara tomando do chá fumegante, sentindo o gosto doce da camomila em sua boca.
— Hope de Zhar-Ptitsa, a Estrela Celeste da Imponência... – Começou o deus ainda mantendo suas pernas cruzadas, chamando a atenção não só de seu irmão como do jovem à sua frente.
Hypnus por sua vez abriu os olhos como se estivesse surpreso, a máscara cobria o rosto do jovem, mas ao ouvir a voz de seu irmão ele descobriu o rosto, revelando sua face em sinal de respeito, revelando quem era de uma vez. O rosto delicado de uma pessoa bonita por ser abençoado por Afrodite, pelo que lembrava o jovem odiava aquela beleza toda e ela quase o fez estar morto. Seus olhos caíram de canto sobre seu irmão. Pelo visto, a conversa que teve com ele surtiu algum efeito no seu gêmeo. Um sorriso lhe surgiu nos lábios que fora coberto pela xícara de chá.
— Pensei que não sairia da floresta? – fechou os olhos para depois abri-los. – Eu deixei claro que não precisaria sair. – abriu seus olhos encarando diretamente os olhos negros de Hope.
Segurando o elmo da sapuris que representava aquela ave russa mitológica com a mão direita ele apertou a mão esquerda em punho demorando a responder. Não queria desobedecer o deus o qual era grato, mas não queria deixar desamparado quem lhe amparou o que chegava a ser um pensamento idiota. Thanatos era um deus, e ele? Ainda um reles humano. O fato de saber o que o deus da morte pensava e sentia sobre os humanos o fazia pensar em muita coisa a respeito.
— Eu não queria desrespeitar o que disse, mas achei que seria importante o senhor saber que um dos expectros que estão sobre o comando do juiz de Wyvern estava rondando o Palácio de vossas divindades. – moveu os olhos calmamente de Thanatos para Hypnus, retornando para o rosto de seu senhor, surpreendendo por sua expressão. – Sem falar que... – seus olhos focaram a região do abdômen de seu senhor e devido ao fato daquela camisa ser transparente, ele pode ver as faixas envolvendo o torno e uma mancha nela.
Hope trincou os dentes e apertou o elmo da armadura com força, nunca sentiu tanta raiva como nesse momento. Maldito seja Radamanthys de Wyvern ao macular a pele de uma divindade como ele daquele jeito? Iria fazer o que estivesse ao seu alcance para que ele jamais voltasse a ser desrespeitado daquele jeito. Levantou-se de onde estava e levando uma mão ao peito se inclinou fazendo algumas mechas do cabelo cair ao lado do rosto e pedindo licença, virou para se retirar da presença dos deuses.
Os olhos do deus da morte caíram sobre o expectro e quando iria abrir a boca para chamá-lo, mas foi surpreendido pela voz do irmão. Seu rosto voltou ao de Hypnus. Poderia adivinhar o que ele iria falar.
— Eu não sabia que dentre os humanos havia um que tinha a proteção da morte. – ergueu uma das sobrancelhas soprando a fumaça que ainda saia de seu copo de chá. – Sem falar que eu nunca vi alguém que não temesse sabendo quem você é e tendo tamanho respeito e admiração. – sorveu um pouco do chá de hibisco, parecendo se deliciar com o gosto doce em sua boca.
Loiro platinado arregalou um pouco mais os olhos, mas depois os normalizou. No início achou que seria por ele pedir por socorro a divindade errada e como odeia Athena fez apenas um capricho, mas não era isso. Realmente tinha sentido afinidade com o jovem e simplesmente não podia deixar que sua honra fosse manchada daquele jeito. Perguntava-se se Hypnus havia ido por esse caminho quando resolveu salvar aquele cavaleiro das mãos do destino cruel.
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𝐃𝐀𝐍𝐂̧𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐂𝐎𝐌 𝐀 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐄
Fantasia[Thanisio] [+16] Os deuses não são diferentes dos humanos como se faz parecer, talvez, porque assim querem que seja. Afinal, ambos os deuses feridos por uma grandiosa perda de amor tinham seu jeito de lidar com a dor. Um lidava na calada das...