Borderline e o atentado ao pudor

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Nada como um Borderline dentro de um relacionamento tóxico.
Eu e o odioso amado quase que nos tornamos traficantes de feijão. Trocando isso por Peixes, carnes, azeite e açúcar.
Estávamos indo a outro estado comprar açúcar e vender na nossa cidade.
Na ida eu briguei com ele, e dessa vez me irritei com fotos que vi no celular dele onde ele pagou o salão de beleza para a ex.
Em poucos segundos estávamos discutindo a gritos e logo eu joguei meus tênis fora.
Em seguida minha blusa. Ele parou o carro e pegou a blusa.
Seguimos discutindo e voou meu cassaco.
No tempo dele freiar e ir procurar meu cassaco eu joguei a blusa pela janela.
Ele subiu e fomos.
A discussão continuou e eu comecei a tirar a calça. No centro.
Ele tentou me impedir de todas as formas, mas lá estava eu, só de calcinha e sutiã.
Mais algumas trocas de palavras e a calça aprendeu a voar, falhando miseravelmente e acabando em uma poça de água suja.
Ele foi buscar ela e gritou muito comigo, fazendo eu ameaçar de tirar a calcinha.
Aí ele parou.
Ele disse que não poderia chegar no mercado com eu assim, então tentei colocar a calça e ele brigou e freiou o carro, até eu fazer minha vontade e colocar a calça, úmida e cheirando mal.
Foda-se. Eu estava com tanta adrenalina no sangue que nem senti o cheiro, muito menos frio.
Fomos ao mercado, ele comprou o que precisava e eu fiquei jogando objetos fora do carro enquanto isso.

Na volta ele ficou com fome, paramos em um restaurante após birras minhas de não querer descer no mercado e lá fui eu, com vontade de mijar, direto ao banheiro do restaurante com um manto de dormir sujo, de calça molhada, descalça, descabelada e nariz empinado.
Licença, uma louca passando, dizia meu semblante e a cara dos que me encararam. Eu estava de máscara e franja. Ninguém no futuro me reconheceria mesmo.
A marmita estava espetacular e meu humor melhorou pois também as ameaças de me jogar no manicômio ou chamar a polícia pararam.
Na volta ele viu meus tênis e os pegou.

Chegamos em casa, tomei banho, e seguimos trabalhando e dormimos juntos e abraçados.

Borderline... e agora?Onde histórias criam vida. Descubra agora