meu passado: meus anos no brasil parte 1

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Foi uma alegria!

Me mudei com gosto.
Amava Brasil, mesmo estando só na fronteira.

Ajudei na mudança, me juntava com a família do gordo sempre quando podia e adotei todos eles como meus familiares.

Nessa época jonathan já tinha um ano e meio.
Jonathan é a porcaria que minha mãe concebeu oito meses após a morte do meu irmão.
Não vou mentir. Nunca gostei dele e não sinto um pingo de qualquer sentimento ou amor por aquilo.

O gordo e minha mãe começaram um negócio num restaurante com o último de dinheiro que restou.
E faliram o restaurante.
Foi quando eu fiz dezessete anos e descobri que não poderia mais estudar porque meu Pai não queria vir assinar meus documentos para eu ser brasileira.

Foi aí onde eu cai em depressão profunda.
Tive duas infecções urinárias por não ter coragem de levantar para ir até o banheiro que ficava a cinco passos do meu quarto.
Eu dormia de dia e ficava acordada a noite escrevendo e desenhando.
Aliás, dormir... Eu dormia 16 horas diárias. E ficava mais três horas na cama para criar coragem de levantar.

Fiquei branca pálida. E também não conversava por duas semanas muitas vezes.
Todo mundo deixou eu ter depressão. Afinal Eu estava sentida com meu irmão.

Chegou ao nível de eu não falar mais com as pessoas, não sair de casa e ficar mal se eu saia por mais de uma hora.
Uma vez por semana eu saia para ir ao mercado comprar pão.

A igreja me ajudou a sair da depressão.
Mas as sequelas foram inevitáveis.
Eu era uma Borderline por completa já.
Cheia de transtornos, tics e manias.

Eu não reconhecia as pessoas na rua.
Não sabia entrar em supermercado sozinha.
E uma e outra sequela.

Nessa época o gordo tentou de novo.

Uma noite, bêbado ele tentou me forçar a beijar ele.
Aí minha mãe viu.
Fomos embora, mas na manhã seguinte voltamos.
Ele pediu desculpas.
Minha mãe só colocou uma tranca em minha porta.

O gordo tentou abusar de mim, mas gritei, revidei, contava para minha mãe.

Ate que ele parou.

E então me senti bem novamente. O jeito era abrir a boca para resolver os problemas.

Borderline... e agora?Onde histórias criam vida. Descubra agora