missão impossível, ser normal

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Na viagem, após isso na mesma noite, voltei o tempo atrás e vi que finalmente tudo fazia sentido, ou que pelo menos tinha um nome tudo, absolutamente tudo.
Essa mania de eu não saber quem sou, minhas explosões, meu isolamento, meus tempos de estar o tempo todo com sono, e os tempos de não conseguir dormir por dois dias inteiros.
O porquê eu não entendia as pessoas, o porquê tinham essa uma e outra pessoa que eram o centro do meu universo. O porquê eu sofria como a morte do meu irmão alguém me "deixar".

Mas por incrível que pareça, o diagnóstico não foi meu alívio, ou minha ajuda. Foi minha condenação.
O primeiro a me decepcionar nesse sentido foi meu próprio marido.
Ele, o Oda, (sei que é um nome estranho, mas é mesmo o nome dele.), tratou como se, ao eu saber o nome do problema, já tivesse as armas pra combatê-la sozinha, como uma gripe ou algo do tipo.
Como se agora fosse errado eu agir como Border.
Não posso ter ataques, psicoses, mau humores.
De o fato de eu dizer: eu tenho Border, é uma escusa para agir assim e que eu enloquei depois de ir na psicóloga.
Fiu, meus braços queimei depois de ir na psicóloga? Eu não tive "chiliques" e "frescuras" antes de ir lá?

Tentar falar isso com outra pessoa também não ajuda em nada. (me emocionei agora e comecei a chorar, porque a impotência que sinto é grande)
Ou as pessoas não entendem do assunto, ou dizem que estou bem.
Gente, não estou bem! Sabe o que é controlar todos os dias a vontade de quebrar tudo, se cortar a garganta, tomar veneno?, a frustração de falhar com quem amo, por simplesmente pensar assim e não conseguir segurar esses pensamentos, essas emoções?!

É horrível não ser normal. Não conseguir fazer o que as duas pessoas, as duas únicas que realmente me importam, pedem de mim.
Ser. Normal.

Borderline... e agora?Onde histórias criam vida. Descubra agora