Hospital

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- Obrigado por se importar comigo - Theo falou, me olhando um pouco fraco - não estou acostumado.

Corei. Realmente estive com ele o tempo todo quando ele estava sendo socorrido, só me separei quando ele foi fazer a remoção da bala. Quase voei no cirurgião depois, porque ele me informou que não poderia falar nada para pessoas não parentais do Theo. Depois que quase me transformei, Scott falou com a mãe dele que trabalhava no hospital e me permitiram entrar na sala depois.

- Não foi nada - falei, abaixando a cabeça enquanto ele me olhava deitado.

- Me desculpe por ter saído sem avisar - respondeu, rangendo os dentes- ouvi um barulho no quintal e saí para ver o que era. Aí me pegaram.

- Tudo bem - compreendi, balançando a cabeça positivamente - não se preocupe. Mas..

- O quê? - ele perguntou, em um tom de curiosidade - agora tem que falar.

- Tenha mais cuidado - instruí, baixinho - poderia ter sido mais grave.

- Já passei por coisas muito piores. Hoje, eu pareci ser muito fraco mesmo. Até raptado eu fui - ele falou, parecendo estar um pouco bravo.

- Então me chame da próxima vez - tentei parecer indiferente, mas minha preocupação expressa em minhas palavras anulavam meu tom de voz sério.

- Chamo - ele exibiu um sorriso provocador logo em seguida - quem vê essa formalidade da sua parte nem sabe a diabinha que foi ontem.

- Não aconteceu nada demais - eu cortei, olhando ao redor, envergonhada. Estava fora de mim. Ainda bem que ele me impediu. Mas, agora, a simples menção fez eu ficar um pimentão molhado.

Theo me olhou, parecendo um pouco magoado.

- Não significou nada para você?

- Claro que significou - falei, rapidamente - Theo, depois conversamos sobre esse assunto. Tenho medo que escutem.

- Ok - ele não se deu por satisfeito, parecendo um pouco chateado ainda.

- Não pode dormir em um carro machucado assim - decidi, depois do que aparentava ser uns 2 minutos - pode dormir na minha cama, acho que o meu tutor tem outro colchão.

Theo me olhou, surpreso.

- Obrigado. Muito mesmo - ele entendeu a mão, pegando a minha.

Me aproximei, abaixando meu tronco e dando um beijo na bochecha dele. Queria que ele entendesse que estava fora de mim na noite anterior, que eu não era tão fácil assim. Mas que ele tinha dedos maravilhosos, tinha sim.

- Você tem algum familiar? - Perguntei, entrelaçando minha mão na dele.

- Não - engoliu em seco, parecendo nervoso.

- Só aquela irmã? - me lembrei da irmã que ele disse que havia matado.

- Sim - ele virou o rosto, não querendo falar sobre o assunto.

- Theo - falei, começando a ficar irritada - eu quero conhecer você.

- Não vai querer me conhecer, nada do que eu fale vai justificar o que fiz.

Soltei a mão dele, me afastando. Falando daquela maneira, estava parecendo que era Lúcifer.

- Cara, qual é o seu problema? Por que ninguém nunca me conta nada e eu nunca sei de nada do que acontece aqui? - disparei em direção a saída,sem olhar para trás, passando pela recepção e olhando para o grupo sentado nos bancos. Eu não fazia parte dali.

- Ele está melhor? - Scott perguntou, percebendo meus olhos lacrimejados.

- Não sei - respondi, virando o rosto e limpando discretamente com a dobra do polegar - não o conheço. Tomara que esteja.

Love among wolves - Fanfic Teen WolfOnde histórias criam vida. Descubra agora