Um livro inspirado em Percy Jackson, As Crônicas dos Kane, Os Heróis do Olimpo, Power Rangers e outros tokusatsu.
Deb tem um objetivo principal: cuidar de sua irmã e seus primos (que se tornaram seus irmãos adotivos) desde que seus pais e seus tios...
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— A Pri já disse mais de umas dez vezes, Jubs. Ela está bem — falei revirando os olhos.
Desde que eu acordei, Jubs me ligava cinco vezes por dia. Mesmo quando ia me visitar. No começo achei fofo da parte dela. Depois dei um tapa na minha cabeça por achar algo fofo. Então me xinguei por ter me dado um tapa (minha cabeça doeu horrores).
Hoje eu não achava fofo. Estava quase chutando o traseiro ninfístico dela.
— Tem certeza Pri? Se precisar eu durmo ai novamente.
Her... não obrigado, eu não queria. A única coisa que eu queria era que as coisas voltassem ao normal. O que com certeza não ia acontecer.
— A Pri tem certeza, amiga. Ela já está quase sem dores. Consegue andar sozinha e não tem nenhum vestígio de magia sombria no corpo dela.
Jubs suspirou do outro lado da linha.
— Que bom Pri. Se precisar de alguma coisa é só falar. Nós damos um jeito.
Fiquei tentada a falar que queria um X-Box One, mas lembrei que no primeiro dia eu disse que queria um Iphone XI. E no dia seguinte ela apareceu em casa com um. Não sabia quanto ela ganhava para ser um espírito de árvore, mas não queria que ela gastasse toda a poupança comigo. Deb ia ter um treco.
Nos despedimos, apesar de saber que ela ligaria mais duas vezes naquele dia. Olhei para Deb e Rod, que se esforçavam (e falhavam miseravelmente) em conter o riso. Estávamos sentados na cozinha, tomando café. Deb arranjou poupa de goiada para fazer suco para mim, e Rod caprichou no pão na chapa.
Nem parecia que uns doze dias atrás nós estávamos lutando por nossas vidas. Nossa vida tinha se transformado de tal modo nos últimos meses que eu não sabia mais o que fazer. Deb e eu tínhamos que cuidar dos nossos irmãos. Precisávamos voltar para a escola. Ou não, já que as matérias extra-curriculares do Brasil não eram aceitas em Etherion.
Eu estava evitando tocar no assunto e agora, o que vamos fazer?. Eu não era a única, já que minha irmã e meu cunhado/não cunhado também não falavam nada. Assim, meu dia era dividido entre comer, assistir séries ou desenhos, ler, e tentar não pensar se meus pais iriam ter a sorte que minhas amigas tiveram.
Algumas coisas pelo menos começaram a caminhar.
A líder da tribo de wargs, Kenara, veio à casa do Rod uns dois dias depois que eu acordei com seu vínculo, Tigrara. Elas fizeram um juramento de servir ao trono de Isikhathi. Só que não tinha trono, e muito menos Isikhathi. Quando falamos isso para elas, deixaram claro que não a lealdade delas era independente de paredes. Era para com nosso sangue.
Fiquei sem saber o que fazer. Tínhamos nosso próprio clã de Thundercats. Ou quase isso.
O vice diretor do centro de semideuses ligou para o Rod. Ao que parecia, os líderes estariam fora nos próximos meses, os caras com quem Rod tinha tretado. O tal Aldebaran disse para ele que era bem vindo enquanto ele fosse o responsável pelo lugar. E que Deb e eu seríamos bem acolhidas. Ellos, May, Will e Wallace adoraram a notícia. Nos visitavam todo dia para perguntar se já tínhamos decidido nos mudar para lá. Apenas Bella parecia infeliz. Eu não sabia qual a história dela e do Rod, mas ela e Deb não passavam na mesma porta. O que servia para divertir meus dias.
