◑ Dia 1 ◐

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A noite não foi assim tão má.

Visto que ela não ressona e que não se mexe muito, foi uma noite bastante tranquila.

Acordo cedo como todos os dias e vou preparar alguma coisa para comer. Faço café e uma sandes.

Levo o meu pequeno-almoço para a cama e fico a olhar pela janela até que ela acorda.

— O-onde é que e-eu estou? — ela está confusa e olha freneticamente em redor. Ao me ver, assusta-se e quase cai abaixo da cama

Eu levanto-me e vou para a cozinha lavar a caneca e o prato. Quando regresso, vejo-a em posição de ataque.

— Quem és tu e o que queres de mim? — desta vez a sua voz é destemida e completamente decidida. — Se não me responderes agora, vou matar-te.

— Força — reposto e bocejo. É um pouco difícil ter medo dela sendo que a mesma está vestida com um pijama de ursinhos, mas ela tentou pelo menos

— Ok, tu é que pediste. BYAKUGAN — ao ver que a tentativa de ativar o seu poder ocular falha, ela olha para mim confusa — O que fizeste comigo, seu cretino?

— Selei o teu Byakugan, não é óbvio? — encolho os ombros e ela vem a correr até mim

— Vou matar-te com o meu Taijutsu então — enquanto ela corre na minha direção eu ativo o Sharigan, o que a faz parar subitamente

— O que foi? Não disseste que ias matar-me com o teu Taijutsu? — brinco. É óbvio que ela não tem chances de me derrotar, ainda por cima sem o Byakugan

Sem responder, ela deixa-se cair no chão e começa a chorar. Quase fico com pena dela, quase.

— Patética — solto e reviro os olhos. No mesmo instante ela para de chorar, limpa as lágrimas que lhe escorrem pelas bochechas e levanta-se

— Não me chames isso — a frase sai com um tom de voz que mais parece ser um pedido, mas creio que o seu intuito é ser uma ordem

Olho para ela de cima a baixo. As suas mãos tremem e ela tenta segurar as lágrimas que ameaçam voltar a cair.

— Se quiseres tomar o pequeno-almoço, sugiro que venhas para a cozinha porque aqui não tem nada para comer — dou-lhe as costas e vou até ao outro cómodo, para lhe preparar a refeição

Enquanto lhe faço o café, pelo canto do olho vejo-a entrar na cozinha a passos lentos e arrastados. Ela senta-se na mesa com as mãos pousadas nas pernas e com a cabeça baixa.

Quando acabo, entrego-lhe o prato e a chávena. 

— Obrigada — para minha surpresa, ela olha-me nos olhos e dá um sorriso mínimo, pega de seguida na sandes e come um pedaço

Não lhe respondo, apenas olho para ela e viro-lhe costas. Caminho até à entrada da cozinha e paro.

— Vou lá fora apanhar ar. Não me sigas. Fica aqui — saio e vou até uma árvore que fica um pouco à frente desta "casa" estranha

Sento-me debaixo da grande árvore e começo a olhar em redor. Nada de inimigos ou coisa parecida. 

Ainda bem.

Julgo já estar aqui sentado à cerca de meia hora, não que o tempo importe, mas sei lá. Estar sentado aqui sem fazer nada é uma grande seca.

De repente, vejo a Hinata sair pela porta e caminhar na minha direção. Paro de olhar para ela por uns momentos e quando o volto a fazer, vejo que está sentada ao meu lado, abraçada aos joelhos e com a cabeça baixa.

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