Emanuel Narrando:
Vinde a mim todos os que estais cansados de carregar suas pesadas cargas, e Eu vos darei descanso.*
Passei todo o caminho ouvindo essas palavras ecoando em meu coração, trazendo um conhecimento que jamais havia tido; mesmo que eu o tenha lido e ouvido por diversas vezes nesses meus vinte e sete anos.
Quantas vezes queremos resolver nossos problemas, seja quais forem eles, através da nossa própria força e com as nossas próprias mãos? Não deveríamos esquecer que sem o céu, nada conseguiremos fazer - mesmo que seja a respeito das nossas mais simples obrigações.
Jesus é bem claro com o seu convite, não se importando com o estado em que chegaríamos até Ele, de quão machucado e cansado poderíamos estar por carregar um fardo que machuca, um fardo que não somos capazes de suportar. Ele ignora tudo isso e apenas nos chama para irmos ao seu encontro, nos garantindo um descanso que somente aqueles que se achegarem a Ele desfrutarão.
Ele nos dá a paz que excede todo entendimento, a qual não existe em outro lugar ou em outra pessoa.
Apenas nEle.
E como eu estava errado em tentar fugir ou esquecer uma dor não cicatrizada... Para mim, apenas estancar o machucado estava bom, mas não para Ele. Não quando Ele é capaz de vislumbrar o meu interior, enxergando muito além do que eu sou capaz de ver. Ele viu a grande infecção que estava se espalhando dentro de mim, sendo causada por um ferimento que não foi devidamente limpo e nem respeitou o processo de cura.
Tal processo que nem ao menos começou a se desenvolver por conta do meu tolo eu que não compreendia que ser curado é muito melhor do que apenas ignorar a ferida.
Tem momentos que tudo que precisamos é nos permitir sangrar, nos permitir sentir a dor. Deixar sangrar o que tem que sangrar, pois temos um Médico, um Consolador pronto para nos atender da melhor forma possível.
Ele é capaz de não apenas limpar, mas curar e restaurar toda ferida. Nos sarando e transformando. No entanto, precisamos querer, pois Ele não mexerá naquilo que não permitimos que Ele toque.
Quando adentrei a sala de casa, me deparei com meus pais sentados e com um semblante preocupado, me mostrando o tanto que a minha dor me cegou de todas as formas possíveis, impedindo de entender que não apenas eu que sofria, mas todos nós sofremos com a sua partida.
Meus pais, meus irmãos, meus tios... Todos sofremos e eu não era capaz de enxergar isso.
O olhar doloroso da minha mãe quando me viu passar pela porta, serviu como avalanche para que todas as lágrimas que reprimi durante esse longo ano viesse à tona, mas as segurei com toda minha força, não permitindo que elas chegassem a transbordar, pois quero chorar aos pés do meu Amado.
- Sente-se aqui, meu filho, queremos falar com você.
Mamãe diz com sua voz embargada e com o rosto vermelho, evidenciando que ela havia chorado.
Me sento no sofá de frente para eles.
- Foi permissão de Deus o que aconteceu e não havia nada que você pudesse ter feito. Não se martirize e permita-se ser curado dessa dor e desse fardo que você não tem que carregar. - meu pai diz, enquanto caminha em minha direção, e em meio a dor e o desejo de chorar, eu sorrio. Sorrio por ver a confirmação do Senhor, mostrando, mais uma vez, que não é nesse estado que Ele quer me ver.
Às vezes esquecemos que para nós é doloroso e sofrido passarmos por certos desertos, nos esquecendo que Ele também sofre em nos ver assim. Afinal, que Pai quer ver o seu filho sofrer?
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O Lado Bom da Vida |PAUSADO|
SpirituellesZoe Albuquerque, uma linda jovem que resolvera, ainda com seus 19 anos, dar vozes às paixões mundanas, abandonando os conselhos dos pais e os princípios de Deus. No entanto, agora já com seus 23 anos, Zoe percebe que, quando cometera suas rebeldias...