Era noite e o céu estava pintado de azul escuro com muitas estrelas, apesar de algumas nuvens rosas passearem por aquele azul infinito, não aparentava que choveria naquela noite de quinta-feira.
Evolet estava em seu quarto vestida em um short vermelho de veludo e uma camiseta cinza. Os cabelos negros e ondulados estavam quase secos e ela estava deitada ouvindo música com os fones de ouvido e lendo Sussurro.
- Não acredito que está lendo esse livro. - disse Axel enquanto adentrava no quarto dela pela janela.
Evolet tirou os fones de ouvido e fechou o livro ao vê-lo aproximar-se da cama dela e disse:
- Eu estou gostando do livro.
Evolet caminhou até escrivaninha e deixou o livro e seu celular sobre a mesa e voltou a sentar-se na cama de frente para Axel que estava na outra extremidade.
- Eu já li sobre o Patch e a Nora. - ele disse revirando os olhos. - Esqueceu que estou repetindo o segundo ano pela segunda vez? - perguntou.
- Por que está repetindo de ano? - perguntou Evolet.
- Por faltar quase todas as aulas. - respondeu.
Eles sorriram baixo para os pais de Evolet não acordarem.
- Corre risco de repetir de ano novamente se continuar faltando. - Evolet disse enquanto saia da cama.
Axel assistiu ela caminhar ao redor da cama e sentar-se ao lado dele:
- Esse ano tenho um motivo para não falta. - ele fez uma pausa. - Talvez o risco que eu corro é de ser linchado pela cidade por corromper a filha do pastor. - Axel disse sorrindo por achar graça de tudo o que estava acontecendo com eles dois.
Evolet observou ele sorrir perfeitamente enquanto seus olhos fixavam nos olhos dele.
- Por que me odiou tanto quando nos conhecemos? - ela perguntou lembrando de quando ele havia a tratado com arrogância.
Axel aproximou-se lentamente e disse:
- Só odiei pelo fato de me sentir loucamente atraído por você.
Axel acariciou gentilemente o rosto translúcido e gélido de Evolet com seus dedos, encostou seus lábios nos dela e deitou-se por cima do corpo de uma menina que nunca fora tocada daquela forma. Enquanto beijava Evolet, a mão esquerda de Axel segurava docemente a nuca da jovem e sua mão direita apertava a coxa dela.
- Você precisa dormir. - ele disse afastando-se de Evolet.
Axel levantou-se da cama e por alguns segundos observou o corpo de uma garota inocente de olhos azuis sobre uma cama de solteiro.
- Para onde você vai? - ela perguntou levantando-se da cama enquanto assistia ele caminhar até a janela.
- Você precisa dormir. - ele fez uma pausa. - Tem que ir para a escola amanhã. - concluiu.
Evolet caminhou até ele que estava em pé de costas para janela com as mãos dentro do bolso de sua jeans e perguntou:
- Irei vê-lo amanhã em Holy Mary.
- Eu estarei te esperando em frente ao cemitério. - ele disse sorrindo.
Ela sorriu.
- Boa noite, Evolet. - ele disse beijando o dorso da mão direita de Evolet.
A jovem assistiu Axel descer as escadas e caminhando noite adentro pelo gramado de seu quarto e viu quando ele desapareceu enquanto sentia que ele havia roubado sua alma para si.
Minutos depois Evolet adormeceu com seus pensamentos naquela tarde de chuva de quarta-feira. Tarde na qual seu coração renasceu debaixo da tempestade francesa com os lábios macios e molhados de Axel invadindo sua boca docemente.
Quando entrou dentro de sua casa, Axel reparou que seu pai e os resto da família estavam sentados na sala de estar assistindo ao programa Dancing With Star's.
- Posso saber onde estava? - perguntou James.
- Por aí. - Axel respondeu enquanto caminhava em direção à Kate que estava sentada no sofá.
- Seu jantar estar no microondas, querido. - Kate disse ao vê-lo aproximar-se dela.
- Obrigado, mas estou sem fome. - ele fez uma pausa. - Vou subir para o meu quarto, tomar um banho e dormir. - ele disse inclinando para beijar a testa de Kate. - Boa noite. - concluiu.
Axel subiu para o seu quarto e Jason subiu atrás dele para falar com irmão.
- Não vai me dizer que quer tomar banho comigo. - Axel brincou enquanto tirou seu pra de botas.
Jason sorriu.
- Estava com ela? - perguntou Jason.
Axel ficou calado por alguns segundos, suspirou e respondeu:
- Sim.
- E é algo sério? - Jason perguntou curioso.
Axel olhou para o irmão que estava sentado em sua cama com muitas curiosidades sobre as suas visitas noturnas e secretas na casa dos DeWitt's.
- Não sei. - ele fez uma pausa. - Nos beijamos só duas vezes. - concluiu.
- Esse tempo todo entrando escondido pela janela do quarto dela só deram dois beijos. - Jason disse sorrindo. - Quando foi primeiro? - perguntou enquanto sorria do irmão.
Axel olhou seriamente para o irmão que achava graça de algo que não pareceu fazer o menor sentido para ele e respondeu:
- Na tarde chuvosa de quarta-feira em frente à catedral.
- Você está brincando não é Axel? - Jason perguntou surpreso.
- Não, mas sai do meu quarto. - ele respondeu grosseiramente.
Axel fechou a porta do quarto após Jason sair do recinto, tirou sua roupa e entrou debaixo do chuveiro. Enquanto a água gelada caia sobre seu corpo, ele lembrou de como Evolet havia segurado sua mão durante aquela tarde chuvosa, enquanto ele a beijava e sentia ela abraçar sua alma firmemente.
Ter Evolet em seus braços era uma bênção, mas também era como se ele estivesse apontando a arma para a própria cabeça com o dedo no gatilho. Axel sabia o que os pais dela fariam com se soubessem que ele visitava a filha deles todas as noites. Por isso ele não havia seguido adiante quando estava deitado por cima dela, a beijando carinhosamente?
Talvez Axel e Evolet ainda não soubessem o que estavam sentindo um pelo outro. Mas eles não podiam negar a forte conexão que tinham e que tirava seus pés do chão, enquanto o calor fazia a sanidade de ambos desaparecer.
Ao sair do banho, Axel vestiu-se e ficou observando o jardim que tinha em frente à sua casa.
Já era tarde e ele estava deitado em sua cama, olhando para o teto enquanto esperava o sono pesar suas pálpebras. Mas a lembrança de estar perto de Evolet, segurando a mão da jovem enquanto sentia os batimentos cardíacos dela bater por baixo da roupa o fazia virar de um lado para o outro sobre a cama.
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Doce Perversão
RomanceAs vezes o amor chega de forma inesperada, sem aviso prévio, sem uma batida na porta e sem biss. Sejam bem-vindos à mais uma história onde o ser humano percebe que o amor é única coisa que ele não pode evitar e nem se esconder. A história se sucede...