Indiretas Diretas

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Era manhã quando Axel encontrou-se perambulando pelas ruas movimentadas de Notre Dame. O sol irradiava a cidade, enquanto as pessoas se destinavam a seus trabalhos.

Axel entrou na catedral para esconder-se da luz do sol que causava alergia em sua alma. Diferentemente de Jason que sentia-se renovado quando os raios solares penetrava os fragmentos de sua alma.

Em terras onde as trevas caminham, Axel sempre encontrava um refúgio para a sua alma. Enquanto Jason continuava tentando protegê-lo sobre a parte em que a luz poderia escudar sua áureola branca que só poderia ser vista por anjos, demônios e nefilins.

Axel sentou-se na parte mais escura do andar de cima da catedral e escondeu seu rosto entre as pernas para chorar. Mas enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto, ele sentiu uma dor percorrer pelos os seus ossos como se estivessem esmagando eles. Em seguida uma queimação espalhou-se por todo o seu sangue enquanto ele se contorcia de dor no chão sujo.

Era tarde e chovia fortemente quando Axel passou pela porta da frente da casa dos Bukater's todo ensopado.

- Cheguei, família. - ele disse com um sorriso irônico nos lábios.

- Ele bebeu? - sussurrou Judith.

- Axel. - Evolet disse aproximando-se dele. - O que aconteceu? - ela perguntou ao vê-lo todo sujo e molhado.

Jason olhou seriamente para Evolet que subiu os degraus da escada com Axel apoiado em seu braço sobre o ombro dela.

- Isso é tudo culpa sua. - ele sussurrou para Judith.

Judith encarou seu irmão que também a observava com os olhos possessos de raiva e disse:

- A diferença entre nosso nível de sinceridade, é que eu fui direta com os anciões no dia do juramento.

Judith assistiu o irmão cerrar os punhos para bater nela.

- Você pode até ser o mais forte em matéria de anjos que possuem força bruta. - ela gruniu entre os dentes. - Mas Axel é o anjo rebelde insubmisso e eu tenho conceitos que não deixarão ser exilada. - acrescentou.

- Eu tenho as melhores intenções nesta missão. - Jason tentou defender-se. - Axel é o subversivo. - concluiu.

- Axel luta pelo o que acredita.

Ela estava defendendo Axel?

- Mas você tem razão, Jason. - ela fez uma pausa. - Axel é o anjo subversivo e você é o anjo flexível. - acrescentou.

- Eu dou ao meu pai o que ele pede e Axel...

- Axel dá o que ele precisa. - Judith o interrompeu.

Jason assistiu sua irmã caminhar em direção a escada, mas antes que Judith subisse o primeiro degrau da escada, ela olhou para o irmão e disse:

- A diferença entre você e Lucífer é que ele mostrou quem ele realmente é desde o início.

Foi tudo o que ela disse antes de deixar Jason furioso com tudo o que estava acontecendo, mas ele saiu pela porta da frente da casa para esfriar a sua cabeça que estava prestes a explodir.

Axel deitou sua cabeça sobre o travesseiro, enquanto assistia Evolet sentada a sua frente com a aparência totalmente inquieta.

- Você está bem? - ele perguntou querendo saber o que estava deixando-a preocupada.

Evolet balançou a cabeça confirmando a pergunta que ele havia feito.

- Eu sei quando você está mentindo, Evolet.

- Sh. - ela disse colocando o dedo na boca dele para que fizesse silêncio.

Evolet beijou os lábios de Axel carinhosamente e encostou sua testa na dela.

- Agora eu calo a minha boca. - ele sussurrou.

Ambos sorriram.

Evolet deitou-se ao lado dele e aos poucos eles adormeceram com a ajuda do vento frio da forte chuva que entrava pela janela aberta do quarto de Axel.

Novamente a imagem daquela garota loura de cabelos compridos que tinha um par de olhos com as íris de cor âmbar surgiu em seus sonhos. Era Lilith.

Era uma noite densa e fria e sem estrelas com a lua cheia que parecia querer beijar o lago. Apenas o vento que vinha do leste e soprava fortemente contra o lado direito dela.

O nevoeiro que deslocava-se das colinas há alguns minutos atrás já estava sobre os pés descalços de Lilith na terra úmida. Como uma cena de Canaã no livro de Lauren Kate, ela sentiu-se totalmente sozinha e vaga.

O coração de Lilith não estava partido, ele fora congelado como em uma cena de um filme em que um coraões partidos e almas perdidas sabem que a tragédia é inevitável.

Lilith sabia que sonhar com prata e ouro era o mesmo que ter seu amado ao seu lado e não poder tocá-lo. Porque em fração de segundos ele iria desaparecer e ela cairia a sete palmos.

Tudo o que ela conseguia ouvir, era um sussurro de fumaça que ecoava por todo o lago. Então, ela escutou uma voz masculina chamá-lá:

- Lilith.

Seria ele que estava há alguns metros de distância dela? Depois de alguns dias sem vê-lo ou ter notícias dela, Lilith não recordava mais de como era escutá-lo sussurrar.

Ao virar-se para trás enquanto desejava para que fosse ele, Lilith avista Jason caminhando em sua direção.

Evolet acorda de seu sonho e observa Axel dormindo tranquilamente ao seu lado. Ela lava seu rosto na pia do banheiro e sai do quarto.

Após descer a escada e adentrar na sala de estar. Evolet avista a irmã deles sentada no sofá do cômodo e aproxima-se dela dizendo:

- Judith.

Ela levanta seu par de olhos de cor azul piscina como os de seu irmão e fica surpresa em ver Evolet caminhando em direção à ela.

- Fiquei me perguntando quando tempo demoraria para você vir até mim. - Judith disse levantando-se do sofá.

- Do que você está falando? - Evolet perguntou confusa.

- Você sabe as respostas. - Judith disse caminhando em direção à ela. - não sabe fazer as perguntas certas. - concluiu.

Antes que Judith saísse da sala de estar, Evolet virou-se para olhá-la que caminhava em direção à porta da frente e perguntou:

- Onde está o Jason?

- Sei que não tenho créditos com você, Evolet. - ela fez uma pausa. - Mas te aconselho a ficar longe do Jason. - acrescentou.

Evolet assistiu a loura passar pela porta da frente e perguntava-se porque estavam todos estranhos naquela casa.

Quando Jason desceu os degraus da escada e entra na sala de estar. Ambos olham um para o outro com algo preso em suas mentes. Evolet abriu a boca para dizer algumas palavras, mas ele saiu rapidamente pela porta da frente.

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