Capítulo VI

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Muitos anos atrás...

- Thon eu quero ir por aqui!

- Não, não é para ir por aí, é por aqui! – O garoto contraria seu amigo dizendo para seguirem outro caminho.

- Por que não posso ir por aqui, vai sair no mesmo lugar?

- Porque eu quero que seja por aqui, Math, e vai ter que ser por aqui.

Ambos os garotos tinham seus nove anos de idade, mas Thompson já mostrava que queria comandar as brincadeiras, ele cruzou os braços e fechou sua cara quando viu que seu amigo queria ir por outro caminho que não era o que ele queria seguir, aquilo parece ter irritado muito o garoto, ele ficou ali parado esperando alguma reação de Math.

- Eu não vou por aí, vou ir por aqui mesmo! – O garoto se vira indo por onde ele queria, sem fazer o que Thon queria.

Vendo que seu amigo não quis ir pelo caminho que ele disse que era para ir, ele pegou uma pedra que estava no chão, com um tamanho semelhante ao de um sabonete, e jogou acertando a cabeça do amigo que caiu na hora. Thompson correu para cima do amigo e segurando na jaqueta do mesmo, ele começou a puxar e a empurrar o garoto de encontro ao chão. Sentado em cima das pernas de seu amigo ele repetiu várias vezes aquele movimento, a cabeça de Math se chocava com o solo duro com força, o lugar ficava em uma região da mata um pouco afastado da cidade onde moravam. Ferimentos abriam pelo rosto do garoto que era brutalmente agredido, seu sangue começou a escorrer fazendo com que Thompson parasse com aquilo e soltasse seu amigo.

Ele para, olha para suas mãos e quando vê que não estava sujo de sangue ele se levanta, saindo de cima de Math e ficando afastado. Olhou a sua volta para ver se alguém havia visto ele fazendo aquilo.

- Ainda bem que não tem ninguém aqui e também não me sujei! – Thon deixa o corpo do amigo para trás e vai pelo caminho que ele inicialmente queria que os dois fossem.

Chegando em casa ele diz oi para os seus pais e vai direto para seu quarto pegando uma roupa e indo para o banheiro tomar um banho, pois o joelho de sua calça estava sujo de terra, suas mãos também estavam devido as brincadeiras de esconder que estavam fazendo. Ele havia se baixado atrás de uma pedra e ficou apoiando suas mãos no chão o tempo todo, sem limpá-las depois que se levantou.

Enquanto tomava banho o telefone de sua casa toca, ele não escuta muito bem o que está sendo dito por estar com a porta fechada e o chuveiro ligado, alguém bate na porta o assustando.

- Thon, meu filho! – Era sua mãe, Diana. – A mãe de Math está perguntando se ele estava com você?

O garoto ficou em silêncio por alguns segundos pensando em tudo o que havia acontecido na mata, ele fechou a cara uma vez mais e de braços cruzados no banheiro ele responde.

- Ele estava, mas aí eu quis vim por um caminho e ele por outro caminho. – Não dando mais detalhes do que havia acontecido ele continua seu banho tranquilamente.

Sua mãe repassa para a mãe de seu amigo o que ele havia dito, logo depois desligando o telefone.

Algum tempo depois o telefone toca, novamente a mãe de Math, ela dizia que encontrou seu filho, mas ele estava morto, alguém havia batido com sua cabeça no chão da mata. A mãe de Thon corre para contar para ele, que não esboça nenhuma reação ficando com um semblante muito tranquilo, sua mãe vendo como seu filho havia reagido a notícia, ela despede de Nora, mãe de Math e vai conversar com seu filho.

- Você sabe de alguma coisa que aconteceu com Math, Thon?

O garoto não reage, não olha para sua mãe e permanece olhando para o livro que estava lendo, ainda com um semblante tranquilo, como se nada tivesse acontecido.

O SacrifícioOnde histórias criam vida. Descubra agora