Capítulo X

11 1 0
                                    


Um estouro chama a atenção de Thompson e seu esquadrão, que assustam levando as mãos na cintura, prontos para entrarem em ação, mas algo os impede de prosseguir.

- Viva! – A jovem que estava atrás do balcão grita, fazendo todos ali olharem para ela.

- Porque está festejando desta forma? – Thompson estava um pouco alerta e também curioso com a euforia daquela menina.

- É que hoje completa quatro anos que chegamos na cidade, nos outros anos não comemoramos, esse ano decidimos fazer uma grande festa.

O comandante se vira para seus subordinados completamente preocupado com aquela informação, ele termina de comer, deixando o dinheiro sobre a mesa, assim como cada um dos soldados que o acompanhava. Seus passos eram apressados, para fora da lanchonete.

A cidade havia se transformado no pouco tempo que ele havia passado dentro do estabelecimento. Parecia que todos estavam aguardando para enfeitar a cidade assim que ele entrasse. Todas as lojas tinham em suas faixadas o número 4 pendurado, por toda a cidade aquele número se espalhava. As crianças passavam correndo entre os soldados e sumiam virando a esquina mais próxima.

Os soldados pareciam gostar do que estavam vendo, Jordan estava com um sorriso largo no rosto, mostrando seus dentes brancos. Marco chegou a se virar para correr atrás das crianças mas levou um cutucão de Daniel que com um movimento de cabeça na direção do comandante o fez entender que não seria uma boa ideia. Thompson já não estava gostando nada daquilo que estava vendo, com uma expressão dura, com os olhos semicerrados ele olhava tudo a sua volta. Mais foguetes estouram no céu, o som ecoava por toda a cidade.

- Temos que encontrar quem está soltando esses foguetes e mandar que ele pare, ou então atrairá para cá as cobaias que transformamos. – Preocupado com o barulho que estavam fazendo o comandante estava agora em alerta máximo.

Começam a andar pela cidade em busca do responsável pelos foguetes, o único problema era que a cada momento, um foguete era solto de um lugar diferente da cidade, assim dificultando a missão de conter o barulho.


§§§


Nesse momento Luke terminava de tomar seu café, parecia bem apressado, não chegou nem a se sentar para comer. Pegou dois pães que estavam sobre a mesa e saiu correndo pela porta da frente de sua casa. Estava com um sorriso largo no rosto, os fogos estourando no céu sobre a cidade seria o momento perfeito para contar para Margarida que ele era apaixonado por ela.

Ele deixou sua moto em casa e foi a pé para o centro da cidade. Em seu ombro esquerdo, apoiada sobre sua camisa de malha, estava uma bolsa, com alças longas e feita completamente de couro na cor marrom. Dentro da bolsa estava o caderno onde ele escrevia os poemas para Margarida. Suas mãos seguravam forte aquela bolsa, como se valesse tudo para ele.

George aparece saindo de uma loja e vai de encontro com Luke, viu que seu amigo estava muito feliz e decidiu o abordar.

- Esse sorriso no rosto me indica que está indo em busca de seus sonhos. – Deixando aparecer apenas um sorriso de lado.

- Sim, vou contar para ela! – Luke não conseguia segurar o sorriso, era claro o quanto ele estava feliz.

- Então meu amigo! – George passa seu braço no ombro de Luke enquanto prosseguia. – Estou feliz por você, quero te ver feliz também, por isso que quero que leve isso com vocês!

Tirando a mão do bolso, ele mostra um lenço verde com manhas pretas, o lenço já estava completamente amassado o que fez Luke fazer uma cara de nojo.

O SacrifícioOnde histórias criam vida. Descubra agora