Capítulo V

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As coisas ficaram descontroladas, os três seres partiram para a casa onde Elizabeth estava, os outros gritaram para que as criaturas desviassem o foco para eles e não a amiga que corria para chegar no túnel, porém as criaturas estavam furiosas com a ação da menina que simplesmente os enfrentou, os lacaios não tinham o porque ir até lá, afinal quem foi alvejado era quem devia realmente ir atrás dela, os outros deviam se espalhar e tentar pegar os demais que estavam a gritar, só que o líder furioso ordenou para os outros dois que seguissem atrás dele até a casa.

Marco vendo tudo aquilo acontecer saiu do posto de gasolina e correu para o túnel seguindo para uma outra casa longe de tudo que estava acontecendo.

- Não vou morrer por causa dessas garotas, não mesmo!

Victoria viu ele descendo e imaginou que estaria indo ajudar a amiga dele, ela sinalizou para Marta fazer o mesmo, foi então que as duas desceram e correram para ajudar Elizabeth que havia chegado até o túnel, só que ainda não tinha conseguido fazer toda a terra cair para fechar a entrada e assim conseguir escapar, as criaturas entraram na casa parando bem na entrada para tentar escutar algum som que pudesse os levar até a menina. Quando a garota consegue fazer a terra cair e tapar o buraco por completo eles escutaram e foram direto, os lacaios pareciam que nunca tinha visto comida na vida, pulavam de um canto para o outro indo atrás de seu líder que caminhava para o porão da casa.

Victoria e Marta se encontraram no túnel perto da casa que estava sendo invadida.

- Onde está Marco e Elizabeth?

Marta olhava para os lados a espera dos dois enquanto Victoria pensava no que Marco poderia ter feito, se procurou outro lugar para esperar as criaturas para matar, nesse momento Elizabeth aparece ofegante e suja pela poeira que subiu quando a terra tapou a entrada do túnel.

- Vamos para a minha casa!

Marta e Elizabeth não questionaram, seguiram Victoria pelos túneis em direção ao porão da casa da garota, elas já estavam com os joelhos de suas calças completamente sujos de terra, os cabelos estavam molhados e grudando no rosto devido ao suor que escorria por conta do calor intenso que fazia dentro do túnel.

Ao chegarem lá Victoria se virou para o túnel já mirando nele e depois foi a te a porta do porão e o fechou, voltando a descer as escadas e se reunindo com as duas meninas. Marta era uma loira, com pele tão branca que podia se ver as veias de longe destacando em seus braços e outras partes do corpo, olhos verdes com um temperamento mais calmo e meigo, havia completado seus dezoito anos um dia antes de chegarem a cidade. Não era muito alta tinha uma estatura baixa, só que seu corpo era bem definido, Elizabeth já era o oposto, tinha a pele um pouco mais morena, com um cabelo cacheado e volumoso, com os olhos castanhos claros, quase um mel, era mais alta e já tinha seus vinte e quatro anos. Os cabelos das duas estavam amarrados, com fios soltos por causa de toda a correria dentro dos túneis.


A noite tomava conta da cidade, as luzes dos postes começavam a piscar soltando faísca e emitindo pequenos ruídos que poderiam dificultar um pouco o foco das criaturas. Victoria depois que estava reunida com as duas garotas virou para elas dizendo o que viu Marco fazer, mas que não sabia o que ele tinha em mente. As outras duas se olharam e depois olharam para Victoria.

- Victoria, eu e Marta conhecemos o Marco e pode ter certeza que ele deve estar escondido em algum lugar agora não querendo se meter no que estamos passando.

Marta concordou com a cabeça concluindo.

- Resumindo, está fugindo, aquele rato!

Elizabeth torceu os lábios e apenas tentou não ficar nervosa, já que Marco era completamente um idiota aos olhos delas e agora nos de Victoria também que era mais nova que as duas. Marco era um rapaz de cabelo liso e castanho, pele clara e olhos pretos, sua estatura era mediana ficava entre Marta e Elizabeth e tinha a mania de fugir de tudo com medo, porém não admitia, sempre se achava o maioral dentre os amigos, que nesse momento estavam em pedaços.

As três garotas tentaram achar uma forma de acabar com as criaturas agora que elas viram que não adiantaria com armas de fogo, por isso que agora já tinham largado as armas pesadas e estavam portando apenas as menores, que poderiam causar um dano considerável que poderia ajudar a deixar eles mais lentos ou dar um tempo até conseguir fugir. Pensaram até que Marta olha para uma parede e vê muitos estilos de facas, seus olhos foram direto nas maiores.

- O que vocês acham de usarmos facas para matá-los, sei lá, talvez cortar a cabeça deles ou atingir o coração.

Victoria e Elizabeth olharam juntas para a parede que continha as facas e depois voltaram os olhares umas para as outras balançando a cabeça positivamente. Se levantaram e foram cada uma escolher a sua, pareciam que estavam em um shopping olhando vitrines e escolhendo um sapato ou bolsa, até arriscaram alguns golpes para tentar ver se conseguiria carregar e usar aquelas armas antes que fossem devoradas pelas criaturas.

Marco estava quieto em uma casa perto de onde haviam chegado que por sinal era perto da casa de Victoria onde as meninas estavam reunidas. Ele estava um pouco inquieto por não escutar nada, ele já havia saído do túnel e estava na sala observando as coisas da janela. As criaturas saíram da casa sem sucesso e foram para a rua, a noite deixava a cidade quase em um breu completo, as luzes faziam as coisas parecerem muito mais assustadora do que já estava sendo para o grupo de amigos.

Quando Marco viu as criaturas ele abaixou-se rapidamente para não ser visto, só que com seu movimento acabou fazendo barulho.

- Droga!

Ele ergueu sua cabeça para olhar e viu que estavam parados com os ouvidos virados para onde ele estava o que fez pensar duas vezes na situação em que tinha se metido naquele exato momento. Ele se virou e foi engatinhando para sair daquele lugar antes que fosse descoberto pelas criaturas, só que quando chegou à porta do porão se deparou com dois tênis que ele conhecia.

- Então você está aqui, seu rato, está até na posição sua original!

Marta olhava para ele de cima para baixo querendo enfiar o facão nele, mas não faria isso com alguém que ela tinha uma queda em segredo, ela mesmo não gostando das atitudes dele ainda acreditava lá no fundo que poderiam dar certo. Ele olhou para ela e sorriu mandando ela abaixar sem fazer barulho, pois as criaturas estavam perto dali e já tinha escutado ele fazer barulho sem intenção.

- Olha Marta, não faça barulho, pois podemos ser pegos aqui, eles já desconfiam que haja alguém aqui.

Ele parou de falar escutando passos vindos lá de fora bem na frente da casa, mas pararam assim que ele parou de falar. Marta tremendo de medo virou para ele naquele momento e com toda coragem que tinha resolveu falar.

- Marco sei que você é um rato, mas eu gosto de você e queria saber se também gosta de mim!

Marco não acreditando no que ela tinha falado se virou para ver se eles escutaram e confirmou seu pensamento, segurou nos ombros de Marta e girou os corpos colocando o dele perto da porta e fazendo ela ficar onde ele estava antes. Marta naquele momento pensou que ganharia um beijo de Marco, porém não foi bem assim. O rapaz olhou para ela, e como se quisesse que aquilo acontecesse, ele disse em alta voz.

- Não é hora de falar disso Marta!

A empurrou para trás e simplesmente fechou a porta indo para dentro do porão e direto para o túnel e vedando mais essa entrada com a terra. Uma das criaturas escutou a frase e foi direto para o lugar onde estava Marta.

O líder que estava do lado de fora ainda no mesmo lugar, havia ordenado que apenas um fosse para a casa já imaginando que fosse mais um atraso para com eles, assim o que tinha sido mandado até a casa com tamanha excitação foi na direção da cozinha onde se encontrava Marta desacreditada que Marco havia feito aquilo com ela mesmo depois do que ela havia dito para ele, estava completamente transtornada com o ocorrido.

Elizabeth e Victoria haviam também se separado e foi uma para cada ponta da cidade afim de separar as criaturas e assim acabar com elas. Só que ambas viram quando o líder mandou um na direção da casa para onde Marta havia se direcionado, não sabendo o que havia acontecido para o líder tomar aquela atitude justamente onde estaria a menina.

Marco já tinha conseguido vedar o túnel e sair do local indo para outro prédio dentro da cidade, tentando ficar longe de tudo aquilo e esperando que as meninas morressem ou que elas matassem as criaturas para ele sair ileso sem precisar fazer nada.

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