Morte do Orgulho

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"Jane?" Marissa disse ao ver Jane sair do quarto no fim do corredor. "Quer um chá? "

"Não," ele correu os dedos pelos cabelos. "Obrigada." Antes que ela agradecesse não só pelo chá, mas também pelo fato de que ela estava ocupando um quarto do Lugar Seguro, os celulares de ambas tocaram. Ela escutou a companheira de Butch ensaiar alguma desculpa pra a interrupção, ela não registrou nenhuma palavra, apenas ouviu quando Marissa deslizou pela porta correndo enquanto Jane puxou o próprio telefone.

A mensagem que Mary mandou deixou claro o porquê Marissa saiu em disparada.

"Acidente com V

Butch e Wrath em estado grave

Outros feridos

precisamos de você aqui."

"Vishous- " Quando ela fechou os olhos e forçou seu corpo fantasmagórico a chegar à clínica em menos de dois milésimos de segundo ela agradeceu por poder chegar rápido. Ela conseguiu reestruturar suas moléculas e se tornar sólida antes de passar para o corredor, onde todas as pessoas da casa se amontoavam esperando notícias.

"O que aconteceu?" Ela falou enquanto pedia passagem.

Eles não olharam diretamente pra ela quando negaram com a cabeça. Tááá, isso não ajudava em nada e ela quis gritar pra que eles falassem logo o que porra tinha acontecido. Ok, agora ela estava chegando a outro nível de pânico. Ela podia até sentir os nervos do rosto se contraindo. Não era um tique aparente, mais um aviso interno do que qualquer outra coisa. Tratar alguém nesse estado de stress talvez não fosse uma boa ideia.

Foi Mary, a companheira de Rhage quem a chamou; Fazia sentido ela ser a porta voz das más notícias. "Jane. Vem aqui comigo."

"Me conta o que aconteceu. Cadê o V?" Mary apenas tentou puxá-la pra um canto. Longe dos ouvidos curiosos, ela percebeu. Felizmente, no momento em que Marissa chegou atravessando o local correndo, a atenção foi desviada.

Não era um caso de urubus esperando alguma atualização quente sobre o drama que ela estava vivendo. Então ela se forçou a lembrar de que eles não sabiam da separa- do tempo- que ela estava dando pro seu marido. E alguns deles nunca devem tê-la visto em jeans antes. O cérebro dela se convenceu.

Todos direcionaram as preocupações para Marissa e a encaminharam para onde quer que Butch esteja. Ele precisava de sangue, obviamente. Foi bom que a fêmea conseguiu se manter calma o suficiente pra se desmaterializar e chegar rápido.

"Jane" Enquanto ela olhava pra sala onde Marissa entrou, Mary tentou chamar sua atenção. "Vishous não está lá." Ok, isso conseguiu fazê-lo. Jane respirou fundo e entrou no modo cirurgia.

"O que aconteceu?"

"Não sabemos direito. Os que sabem estão sedados. Vishous está... bem, numa espécie de quarentena." ela apontou para a área do outro extremo do corredor. Onde, se ela vem se lembrava, ficara uma área de interrogatório.

"Quarent... o que? De que? Por quê?" Ok, muitas perguntas de uma vez. Ela apreciaria se as explicações fossem rápidas e concisas. Como geralmente eram quando ela entrava numa sala de emergências e cada segundo contava. Mas aquela não era sua área de especialidade. Não era o seu departamento de traumas. Não era sua zona "de conforto", se podia dizer isso. Que ironia. Ali ela estava não como médica, e sim como familiar do paciente. Era o pior sentimento do mundo.

"É na verdade uma auto reclusão. Ele se trancou e não quer sair e nem deixa ninguém entrar." Mary perdeu a fala nesse momento e encolheu os ombros "bem, não sabemos como ou porque aconteceu, mas basicamente, Vishous implodiu."

As filhasOnde histórias criam vida. Descubra agora