Pixies

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Zy não aguentava mais. As paredes estavam se fechando, pulsando ao redor dele; o ar estava muito quente, sua pele formigando como se ele tivesse acabado de sair de sua transição. Ele pulou da cama, jogou seu corpo em algumas roupas de ginástica e fez o seu caminho através da mansão, até a porta embaixo da escada e pelo túnel. Eram quase duas horas da tarde e ele imaginou que todos haviam dispersado para seus diversos afazeres depois da comoção em relação aos hóspedes não convidados.

Ele poderia ter perguntado a alguém, mas ele não tinha certeza se era parte da plateia, já que era como o irmão Rhage gostava de se referir aos seus colegas de casa. Era só que isso realmente não era da sua conta, e ele não tinha energia mental para procurar respostas.

Ele se empurrou dentro do centro de treinamento, os sons de pesos batendo uns contra os outros como música em seus ouvidos. Os Irmãos Butch e Zsadist estavam colocando pesos nos supinos. Butch tinha uns 300kg na barra, e ele mal havia suado. Os dois assentiram para ele quando ele entrou. Ele retornou os acenos e seguiu para a esteira.

Qhuinn deu a ele uma palestra inteira sobre como evitar emoções ou pensar demais quando você precisava dar um tempo de si mesmo. Aparentemente, antes de seu acasalamento, ele se tornou um especialista em fugir de si próprio, tanto figurativamente quanto literalmente. Foi um refúgio perfeito, para suas emoções inconstantes e desequilibradas.

Foda-se que ele não soubesse o que estava errado. Tudo estava perfeito até onde ele sabia. Não havia nada para reclamar, e ainda assim ele sentia que algo estava faltando. Bem, ele era um macho sem conserto que deixava muito a desejar, mas ele sempre se sentiu completo. Ele tinha sua inteligência, suas habilidades e seus bastardos. O que mais essa vida reservou para alguém como ele?

Maldito! Ele rosnou profundamente ressoando em seu estômago, enquanto seus pés batiam na esteira. A máquina gritou com os maus tratos, mas ele não deu a mínima.

Outros entravam e saíam do ginásio enquanto ele corria. Parecia que ele não era o único a fugir das coisas. Até mesmo Payne apareceu. Ela era uma fêmea muito boa, alta como um homem, musculosa em todos os lugares certos e feroz como fogo.

Uma pequena parte dele queria cair a seus pés e adorá-la por livrá-lo do Bloodletter. Ele odiava o macho com uma paixão que ele só conhecia pelo bosta que assassinou sua mãe, mas teria sido como cavar sua própria cova se ele tentasse acabar com o bastardo. A filha era realmente uma esmaga-bolas, e isso era bem sexy, mas não do seu tipo. Pensando num passado não muito distante, se Xcor o tivesse ordenado, ele teria estuprado a fêmea sem pensar duas vezes, de uma centena de maneiras diferentes, violando-a até que ela implorasse para que ele parasse. Ele não podia explicar seu relacionamento com o Bloodletter, ele o enchia de raiva, mas ele seguiu suas palavras como uma escritura sagrada.

Ele era bom em seguir instruções como essas.

Ele olhou para a tela da esteira. Ele correu 56 milhas em quatro horas. Ele devia se inscrever para a maratona de Nova York, ele seria um sucesso. Bem, se ele não queimasse como pólvora quando o sol batesse em sua bunda. Ainda assim ele continuou. Foi legal apenas se distrair enquanto corria. Nada o sufocava, nem incomodava e as paredes ficaram onde deveriam estar.

Suas coxas estavam gritando, suas meias estavam molhadas. Ele tinha certeza de que suas panturrilhas estavam sangrando ou seus calcanhares.

Ele podia continuar. Ele realmente não tem nada para fazer neste dia.

Dihya estava flutuando em uma nuvem branca e fofa. Era macia e cheirava a flores. Ela passou as mãos por ela, lutando contra o desejo de rir como uma garotinha. Circulou pelo ar dando-lhe uma excelente visão da cidade de Nova York e, eventualmente, Caldwell. Dihya estremeceu no frio, imaginando brevemente quando os sonhos se tornaram tão vívidos, mas parecia ótimo.

As filhasOnde histórias criam vida. Descubra agora