O Sequestro De Um Príncipe [COMPLETO]

Capítulo 4

_ Não fala assim Cacau- Beto reclamou vendo a garota entrar no quarto já arrancando os saltos- Foi um dos seus menores eventos.

_Eu não quero parecer uma ingrata, metida, que reclama de uma vida de luxo, e uma carreira dos sonhos- a garota explicou se jogando na cama-mas eu não aguento mais, minhas mãos estão cheias de calos por causa das assinaturas, meus pés estão inchados, e minha enxaqueca está me matando!

_ Nesse ponto eu te dou razão, a fila de fãs estava enorme- o secretário comentou olhando-a.- quatro mil ingressos vendidos num piscar de olhos!

_Eu sempre sonhei com isso, sabe?Poder viver do que eu gosto, poxa, eu tenho mais dinheiro do que preciso. Comprei muitas casas pelo mundo, minha mãe finalmente pode parar de trabalhar nos dois empregos e curtir o que ela sempre mereceu. E isso tudo graças a essas pessoas que passaram horas na fila pra me ver, mas eu juro que não consigo mais!- ela bufou sentindo as lágrimas entalaram na garganta e uma queimação preencher os olhos- eu passo mais horas dentro de um avião longe de casa, do que dormindo. E quando falo isso em voz alta parece mesquinho, e problemas de pessoas fúteis. Mas eu simplesmente estou cansada!

_Eu te entendo, também estou cansado. Há meses não vejo minha família, e topei essa doideira de rodar o mundo com você, e sou muito grato por essa oportunidade.- Roberto sentou ao lado dela- descansa um pouco, tenho certeza que amanhã você vai estar melhor!

_Eu vi a minha mãe deixar de comer pra que eu tivesse comida no prato, e agora eu posso comprar todos os restaurantes do mundo pra ela. Por que eu não estou feliz?- cacau murmurou voltando a encarar as pinturas do teto.

_Eu não sei, liga pra ela. A Gleyciane vai adorar ouvir sua voz, faz tempo que você não fala com ela- Beto propôs vendo um rastro de esperança e felicidade surgir nos olhos castanhos da menina- você conquistou o mundo e está vivendo uma festa sem fim, se orgulhe disso!

_ Festa...- a brasileira repetiu se levantando depressa- É isso Beto, obrigada!

_ O que? o que foi que eu fiz?- ele olhou para os lado confuso vendo o ânimo retornar ao corpo da menina.

_ Sabe que eu lembrei que estou muito cansada, obrigada pela conversa!- Cacau falou rapidamente empurrando o secretário em direção as portas da saída.

_Quem não te conheça, que te compre Cacau. Seja lá o que for aprontar, não faça nada estúpido- ele avisou quando já estava no corredor.

_Eu não vou, confie em mim. Apenas vou escrever um pouco, e ir direto pra casa- a brasileira explicou com um sorriso amarelo e uma expressão que deixava evidente a mentira.

Sem esperar Cacau fechou as portas e correu em direção ao armário, pegando uma mochila escolar que estava guardada ali, onde normalmente carregava seus aparelhos eletrônicos.

Com pressa e em puro êxtase, a brasileira arremessou todos os pertences que precisaria para a ideia terrivelmente geniosa e absurda. Por fim ela encheu a palma de mão de creme, e pela pressa os passou pelo cabelo de qualquer forma, apenas que os cachos não armassem com o mau tempo de Copenhague.