Capítulo 13

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Alguns minutos depois, após ter certeza que o príncipe e o que descobriu ser Soren saírem,  Cacau voltou para o quarto. Com o adiamento do evento, ela possuía o que não via a meses, um dia de folga. Não que visse trabalhando feito uma condenada, mas são raros os momentos em que podia literalmente bocejar de tédio numa tarde de sexta- feira.

faltavam apenas dois dias para que ela, Beto e toda a equipe de arrumação rumassem para outro país, e deixassem pra trás aquele conto de fadas estranho de Copenhage.

E com a volta da realidade, Cacau teria de enfrentar a pressão de escrever um livro nome para a editora ganhara as custas dela. Com isso em mente foi até o quarto em busca do notebook, onde armazenava algumas ideias aleatórias e capítulos soltos.

sobre a cama devidamente arrumada, havia um bilhete de Beto avisando que havia saído para  perambular pelos shopping. A garota revirou os olhos, chateada por ele não ter ao menos convida ela dessa chatice.

Com pressa, e uma ponta de animação, a menina pegou o aparelho cinza e correu pelos corredores até os jardins do fundo. Era realmente prazeroso poder se deliciar entre os pomares de laranjas e os pequenos cantos de fores exóticas. O sol de inverno, ainda que não aquecesse se quer uma mosca, agracia com uma coloração amarelada natural as folhas verdes das plantas.

Ao explorar os corredores florais, ela acabou por encontrar uma cadeira de balanço oval, acolchoado e revestido com margaridas. Ela se sentou sobre o estofado de almofadas macias e aconchegantes, e foi imediatamente envolta numa deliciosa ventania fresca.

Começou a digitar com a fervor, sentindo pela primeira vez em semanas uma inspiração energética. Talvez a presença de muitas flores diversas e o clima adoravelmente fresco e inclinado para o frio, favorecesse suas ideias.

Foi inevitável que durante as frases que brotavam em arial na tela, a preocupação e receio a atingiu. Não tinha dúvidas que de aquela ideia, e posteriormente o livro fariam um sucesso estrondoso por todo o mundo, porém o as palavras li e até a história em si poderia levar enormes problemas para muitas pessoas.

Élliot. Pensou em como ele se sentiria ao ler isso. Será que odiaria profundamente? Ou adoraria? Ela não  gostou muito da ideia de conviver sabendo que o príncipe a odiaria, mas pensando melhor, nada que estava escrito ali é mentira, porém ainda poderia dar grandes problemas a ele.

Cacau estava concentrada em dar vida à aquela loucura, mas notou uma célere agitamento num arbusto próximo a ela. Uma cabeleira loira, de fios dourados ao sol, e um par de olhos verdes-montanha a olhava com medo. 

A brasileira sempre se deu bem com crianças, sua mãe dizia ser um dom, e mesmo que ela não desejasse ser mãe tão cedo, Cacau adorava conversar com os pequenos. Contudo os olhos curiosos, e medrosos que a encaravam escondidos atrás de flores laranjas, não era igual as crianças com que ela convivia.

Kaya, a princesa caçula da família, era diferente. Não se referindo ao autismo, mas sim aos olhos profundos, e as facetas que pareciam querer lhe dizer algo mas continuavam em silêncio.

Cacau fechou o notebook, deixando-o de lado, e fez um sinal para a menina, chamando-a para vir ate o balanço. Kaya hesitou, e ainda visivelmente com medo saiu de trás das floras, exibindo o vestido rodado e nacarado.

A garota notou que até o modo como a menininha olhava ou mexia as mãos nervosa assemelhava-se com Élliot. Cacau repetiu o movimento sutil com a mão  no ar, e esperou.

_Não precisa ter medo-falou ela. 

A princesa deu dois passos, e com lentidão pelo medo foi até a estrangeira. Cacau chegou para o lado, abrindo um espaço no enorme balanço, para que a outra se sentasse.

O Sequestro De Um Príncipe [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora