Capítulo 16

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sabe a sensação de acordar desesperado, achando que está muito atrasado e então notar que é domingo ou um feriado? Sabe o sentimento de alívio, felicidade e assombro. Ou quando você ganha um sorteio, ou dança na chuva.

Cacau não conseguiu achar definição melhor do mix turbulhento do que sentiu após as últimas palavras soarem no microfone. Não queria ser egocêntrica e achar que as palavras do príncipe fossem pra ela, mas as batidas aceleradas em seu peito não a deixavam raciocinar direito.

A menina foi obrigada a deixar o pedaço do sanduíche sobre a mesa novamente, já que os dedos tremeram tanto, que ela mal conseguia disfarçar. Apenas quando a plateia jorrou aplausos Cacau retomou a consciência, e pode soltar o ar presa na garganta.

_Obrigado !- ele agradeceu sem graça e desceu do palanque.

_Ah, o amor juvenil!-Astrid brincou. E por um momento Cacau teve a certeza que a rainha a olhava diretamente, com um sorriso.- Frederick insistiu para que eu cedesse um tempo no baile, para que ele pudesse recitar esse texto e quem não se rende a esses olhos ?- a avó brincou de forma carinhosa com o neto.

Quando já estava descendo de volta a multidão, Astrid com o mesmo a superior e a imponência nos ombros, ergueu a taça de champanhe e piscou para a estrangeira.

_Ô cacau, ele tava falando de você... ela sabe né?- Beto gozou maldosamente ao ouvir um gritinho feliz da condessa- Ela precisa se tocar urgentemente.

_E você tem que parar de beber- Cacau sentenciou tomando a taça das mãos dele, antes que alguém ouvisse os comentários inoportunos.- Vem, vou te levar pro quarto!

Enquanto todos estavam distraídos e ansiosos para cumprimentar o príncipe, e arrancar mais segredos sobre a "moça sortuda" ou a "namorada secreta", como alguns a chamaram, Cacau ajudou o assistente levemente embriagado a subir as escadas até o último andar.

_Eles precisam colocar um elevador nesse lugar- Beto resmungou quando estavam no terceiro lance da escadaria.

_Eu vou dizer isso ao Élliot- a menina riu, quase deixando o homem escorregar nos degraus.

_Acho que agora eu entendo porque você gosta dele- Beto continuou ignorando a careta da outra- Ele te ouve. Eu me lembro quando você me disse que talvez nunca viria a se casar porque não achava possível encontrar alguém que te visse verdadeiramente, sem segundas intenções. E, lembro do seu tom de apelo no avião, falando sobre querer alguém que te escutasse  com amor, sem nenhuma obrigação. É ele Cacau- o homem parou se apoiando na porta do quarto- Eu estou contigo há 3 anos, 24 horas nos sete dias da semana e mesmo assim não conseguiria te descrever melhor do que ele. Ele é o cara que você achava não existir, o cara que ouve e te vê, por prazer!

_Por que tá dizendo isso?-Cacau sussurrou ajudando-a a deitar na cama.

_Porque te conheço e sei que sempre coloca a felicidade dos outros na frente da sua, mas tem que parar com isso- Roberto se cobriu com as cobertas e observou a menina desamarrar suas botas- a Condessa é uma menina legal, mas o branquelo gosta de você...e você dele.

_Tá bom- a menina rolou os olhos encerrando o assunto- preciso tirar esse vestido, não apronte nada!

_Eu não sou você!- Beto provocou já adormecendo imerso nos longos cobertores.

Cacau optou por deixar o discurso bêbado do assistente de lado, mesmo que quisesse muito acreditar nele. Ela passou em seu quarto ao lado de onde Beto dormia, e trocou o vestido pesado pelo primeiro conjunto de roupas que avistou dentro das malas.

Uma mini saia preta, mesmo sabendo que o frio dos corredores lhe dariam arrepios. Uma jaqueta branca, de botões douradas, e notou que as tranças do cabelo começaram a fazer seu couro cabeludo latejar, e as desfez com pressa, adicionando uma faixa da mesma cor da saia para segurar os cachos rebeldes.

O Sequestro De Um Príncipe [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora