Capítulo 17

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Sábado de primavera. Restava apenas um dia para que Cacau pudesse desfrutar do clima frio e das brisas leves, das comidas típicas, do quarto medieval, e principalmente do príncipe Élliot.

Como no restante dos dias Beto adentrou o quarto e abriu num puxão as cortinas, porém dessa vez sem gritos ou resmungos, o que a menina acreditava ser pela ressaca do dia anterior. O mal humor do assistente reverberou quando num só puxão ele arrancou as cobertas da menina e a encarou com um olhar mortífero.

_Ai, por favor, não começa!- a menina resmungou se levantando e indo em direção ao banheiro.

_Porque essa animação toda?- ele a acompanhou curioso.- O que você fez Cacau?

_Uai, nada!- a menina contestou com a escova coberta de pasta dentro da boca- sempre me acusando!

_Você não me engana- ele semicerrou os olhos encarando a menina- Isso é tinta?-  Beto passou o dedo por trás da orelha vendo uma mancha azul seca.

_Me dá um tempo, eu em !- a menina reclamou enxaguando a boca, mesmo que por dentro estivesse em alerta para não deixar na cara os acontecimentos da noite anterior.

_Você beijou ele?-Roberto gritou. Cacau sem conter o susto cuspiu toda a água que estava nas bochechas diretamente na camiseta do homem, além dos olhos arregalados e a expressão de horror.

_O que?- ela berrou sem saber se ria ou se desesperava.

_Essa era minha camiseta favorita- Beto reclamou vendo a larga mancha de água no rosa da camisa.- Tudo bem, eu não pergunto mais do seu namoradinho- ele provocou rindo.

_Você me causa muito estresse, e não, eu não beijei seja lá de quem você esteja falando!- a menina zombou voltando a enxugar a boca. 

_ Não era você que falava "eu nem vou ver esse menino"- Beto imitou- agora tá aí de casalzinho.

_e os seus machos em?- Cacau questionou com as mãos na cintura- vai caçar alguém que ature suas chatices - a menina apregoou fechando a porta do banheiro assim que ele saiu. 

Após toda  arrumação da equipe, Cacau desceu a escadaria para o café. Diferente dos outros dias, apenas Astrid lanchava na companhia da família da condessa Agnes. Élliot não estava em nenhum lugar, nem mesmo os pais dele ou a princesa Kaya.

_Bom dia!- a menina exclamou se sentando na ponta da mesa. A rainha ocupada com o jornal, apenas abaixou-o levemente e sorriu como resposta. Porém a marquesa não se contentou apenas em retribuir o gesto.

_está ocupada essa manhã senhorita Assunção?-a mulher perguntou com um tom distraído.

_Bom, tenho algumas horas livres antes que eu saía para os eventos na cidade.- a menina respondeu montando um pequeno sanduiche de pão polvilhado, com queijo e fatias de creme.

_Ótimo, o que acha de acompanhar minha filha nas aulas dessa manhã?-propôs a marquesa. Agnes observou a mãe cautelosa e não poupou as feições envergonhadas.

_Não sei, eu tinha alguns planos- Cacau enrolou tomando um gole do café, porém a careta azeda pelo excesso de água e falta de açúcar a fez parar.

_Pensei que estivesse livre?

_Não para aturá-la- a brasileira resmungou baixo.

_Agnes vai adorar sua presença, não é filha?- a marquesa questionou num tom incisivo.

_Claro, é sempre bem vinda senhorita Assunção!-Agnes murmurou com um sorriso de pedido de desculpas pelas ações da mãe. 

Mais tarde quando a mesa já havia sido retirada e todos os funcionários endereçados a suas funções, Cacau passou a caminhar pelos corredores vazios em busca de fugir da infortuna companhia da marquesa. Quando estava no fim da ala esquerda a menina ouviu vozes vindas de uma sala de portas entre abertas.

O Sequestro De Um Príncipe [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora