Balas, bolo, glacê e cigarros...

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Não necessariamente nessa ordem:

••

 [...]”


— Derek quer ficar calmo?

Peter grunhiu, de repente, sem desviar a atenção do percurso.

Estavam na estrada à alguns minutos. E aquela ausência de palavras só tornava os outros sons ainda mais insuportáveis e agonizantes, ainda mais para um lobo.

Foi assim que, mais uma vez, Stiles fora puxado dos seus intensos devaneios. Virando o rosto para o Hale mais novo. Que estava sentado ao seu lado no banco de trás, com o cinto devidamente passado pelo corpo. Ainda estranhava o volume estufado criado na camisa pela barriga, mesmo que o lobisomem tivesse jogado um moletom por cima, na tentativa de disfarçar.

— Eu estou calmo. — Derek garantiu, entre um resmungo e um girar dos olhos. Era mentira, claro. Ele estava inquieto e naquele estado de nervos desde que soubera que estavam a caminho da casa dos Stilinski. A reação de John, para si, era uma verdadeira incógnita furiosa. Se não conseguira deduzir as reações de Stiles nem tentativa prever as do xerife.

— Claro. Só da para ouvir seus batimentos do outro lado do condado. — O Hale retorquiu, espiando o sobrinho pelo retrovisor. — E você está suando frio. Para um lobo? Isso não é legal.

Stiles quase se jogou sobre o moreno, ao se debruçar.

— Você está bem? É algo com o bebê? — indagou alarmado. Chegou o cinto de segurança pela vigésimo vez e apalpou o braço do mais velho, medindo sua temperatura.

— Feliz, Peter? — Derek rosnou mal-humorado. E tratou de segurar as mãos inquietas do castanhos. — Eu estou bem. Só um pouco nervoso. Só isso!!

Ele explicou. E passou apertar as mãos do castanho sobre as suas.

Seu tio estava certo, embora ele jamais fosse admitir; podia ouvir seus batimentos, logo que se concentrou assim que ele falou. E percebeu que o pulso estava acelerados. Batidas altas e afoitas que vibravam nas suas costelas. 

Mas como esperado, Stiles não levou sua afirmação a sério. Continuo a observá-lo de cima a baixo. Cogitando a ideia de dar uma passada no Deaton antes. Tentando soltar suas mãos do agarre do lobo, para voltar a checar.

— Você não vai levar um tiro, Derek. Então mantenha a compostura, ao menos agora. — Peter murmurou. Os olhos se revezavam entre a rua e o sobrinho. Tentava não deixar transparecer que se divertia, um pouco com a cena.

— Hã… — Stiles balbuciou incerto. — Peter, não acredito que estou mesmo dizendo isso, tem razão… acho. — ele murmurou, baixinho, tão baixo que deixou os lobos confusos com o que saíra de sua boca.

Derek lhe lançou um olhar rápido e duvidoso. E ambos, ouviram um suspiro de Peter, assim como o tamborilar dos seus dedos no volante.

— Stiles. Você também. — o louro resmungou. Acelerando o veículo, não aguentaria aqueles dois no mesmo ambiente nem mais um segundo. Era uma mistura de odores, sentimentos e sons confusos demais para o seu gosto. — Misericórdia que me pariu.

— Eu o que? — o Stilinski franziu o cenho. Direcionando o olhar rapidamente para o homem e logo tornando a fitar o que estava sentado bem ao seu lado.

— Fique calmo. — Peter murmurou. E replicou. — Tente, os dois. Calmos.

Ele aconselhou, parecia aparentemente incomodado com a situação. Ter que levar Derek para a casa de Stiles. E provavelmente ter que presenciar uma discussão famíliar entre seu sobrinho, Stiles e o xerife. Ele já havia alcançado sua cota de drama naqueles quase quatro meses, ouvir Derek gemer e choramingar fora uma verdadeira provação.

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