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Gaara on:

Pela manha eu acordei muito cedo, quero dizer, eu tentei dormir porque a culpa não me deixava. Ainda estava no quarto quando ela passou pela porta ainda de pijamas e se trancou no banheiro. Enquanto ela se  arrumava eu a chamei para uma conversa.

- Mí, acho que precisamos conversar - ela continuou se arrumando sem me olhar - Por favor, eu imploro que me ouça e fale comigo.

Mí: Agora você quer conversar senhor kazekage ? - ela caminhou em minha direção enquanto eu me sentava na poltrona e a puxava para se sentar ao meu lado - Acho que antes de falar comigo você deveria resolver seus problemas.

- Se estiver falando da Matsuri eu já resolvi - ao ouvir minhas palavras ela que estava super nervosa se acalmou e se sentou ao meu lado esperando que eu continuasse - Olha, depois da nossa conversa acalorada de ontem eu procurei por ela e resolvemos tudo. 

Mí: Primeiro eu não acho que nossa conversa foi acalorada, nós discutimos, ponto. Segundo, quando eu sai do nosso quarto já era tarde, não que eu ache ruim que você foi falar com ela, mas acho que estava muito tarde para resolver este assunto, mas ok. Me conte como foi la.

- Bom - pensei em tudo o que aconteceu na noite anterior e ainda estava decidindo se iria contar pra ela sobre o beijo - Eu fui até lá e nós conversamos. Ela me contou o lado da história que eu não conhecia, então eu me desculpei e ela aceitou, foi isso.

  Ela sorriu pra mim e isso fez meu coração se acelerar, depois ela se jogou em meus braços e me disse que estava muito orgulhosa de mim por eu ter aceitado seu conselho. Depois desse momento de paz ela se aproximou e acariciando meu rosto ela depositou um beijo em meus lábios. Eu amava estar ali com ela, desfrutando de um beijo apaixonado mas minha consciência piscava em alerta sobre o beijo que eu estava omitindo dela. Eu não queria estragar esse momento, mas minha índole não me deixava esquecer que eu estava mentindo, por este motivo eu me afastei dela gentilmente e com tristeza eu a olhei. Ela parecia perdida, não entendo o porque do meu ato, então eu me apressei em explicar.

- Tem uma coisa que eu quero te contar - ela continuava olhando nos meus olhos que neste momento começava a ficar úmido pelas lágrimas - Por favor, me deixe terminar de falar, e depois eu prometo que vou escutar tudo o que você tem a dizer. - tomei coragem e contei - Ontem enquanto me acertava com Matsuri ela me beijou. - Eu mal terminei de falar e ela se afastou de mim bruscamente, mesmo querendo diminuir a distância entre nós eu tive que respeitar o momento dela - Olha, eu ... - ela levantou a mão como se quisesse me mandar ficar quieto.

Mí: Você gostou do beijo ? - ela esperava a minha resposta de pé, parada na porta do banheiro - Me responde! - ela gritou enquanto chorava - Seja homem e admita pra mim se você gostou ou não do beijo.

- O que você quer que eu diga ? Foi um beijo droga. Não foi ruim - me senti culpado por confessar em voz alta - Mas eu não continuei, assim que ela me beijou eu me afastei. Eu não sinto nada por ela, eu te amo. Ontem aquela conversa toda sobre aquele bebê mexeu demais com nossas emoções, mas nada mudou aqui dentro - apontei pro meu coração - É você que eu quero, é você que eu amo.

  Ela não respondeu, somente entrou no banheiro e se trancou lá. Me aproximei da porta e confesso que eu na verdade queria quebrar aquele pedaço de madeira e abraçá-la, mas eu tinha que dar um tempo pra ela digerir minhas merdas. Sem muito o que fazer eu me retirei do quarto para dar privacidade  já que eu sabia que enquanto estivesse aqui ela não sairia de lá. 

Mizuki on:

   No momento que ele se afastou do nosso beijo percebi que havia alguma coisa errada, ele parecia nervoso e triste. Imaginei mil coisas, mas ouví-lo confessando que beijou a ex acabou comigo. Não tinha forças pra fingir que aquilo não tinha me afetado, a única coisa que consegui pensar naquele momento era saber se ele tinha gostado do beijo e esse foi meu pior erro. Ouvir ele confessando que gostou do beijo foi a pior sensação que eu senti.

   Me tranquei no banheiro para não ter que olhar pra ele naquele momento, mas em minutos ouvi a porta do quarto abrir, então deduzi que ele tinha saído do quarto. Sai do banheiro e peguei meu celular, rolei a lista de contatos e procurei por minha amiga/confidente. Mesmo ela sendo inexperiente ela sempre me ajudava a ver o lado bom das coisas.

- Amiga ? Tá podendo falar ?

Hina: Oi amiga, estou sim, agora me conta, porque essa voz de choro ? - Não aguentei e desabei. - Amiga, respira, inspira, se acalma e fala comigo.

- O-ok! O Gaara beijou a ex dele. - minha amiga fez um "OH" de espanto pelo telefone. - E o pior foi que ele gostou - voltei a chorar.

Hina: Amiga, porque você não me conta o que aconteceu detalhe por detalhe. Assim eu posso te ajudar, depois eu te conto o que esta acontecendo comigo.

   Contei a minha amiga palavra por palavra que o ruivo havia dito, desde a nossa briga do dia anterior até agora. Depois disso ela me contou sobre o casamento, sobre o pai dela e antes de desligar ela me deu um conselho.

Hina: Amiga, eu sei que é difícil acreditar nessas coisas nesse momento mas acredita, ele te ama e você ama ele. Pelo menos ele foi sincero e te contou, e se eu puder te dar um conselho eu te sugiro a ir atrás dele agora e resolver as coisas. 

- Obrigada amiga, Ah, eu aceito ser sua madrinha, espero dos detalhes em breve. 

    Ela desligou e eu tomei um banho, me arrumei e fui atrás do meu ruivo. Andei com pressa pelos corredores da torre até a porta principal onde era a sala dele. Quando me aproximei da porta reconheci a voz feminina dentro da sala.

Matsuri: Gaara, você mesmo disse ontem que se não tivesse ela teria me dado uma chance.

Gaara: Matsuri, acabamos de nos resolver, não quero discutir com você novamente. Eu sou um homem casado e ...

     Ouve um silêncio na sala e eu fiquei preocupada. Respirei fundo e entrei na esperança de deixar bem claro que ele era meu mas, quando entrei vi que ele estava aos beijos com Matsuri. Kankurō ficando ao meu lado deu um grito com o irmão que se surpreendeu ao nos ver ali, na porta, assistindo ao beijo. Sai correndo da torre relembrando a cena do beijo na minha cabeça. Pela conversa entendi que ela o beijou novamente, mas pra minha decepção ele correspondia com empenho ao beijo dela. Naquele momento eu já não chorava, pois não ia dar esse gostinho pra eles, eu caminhei até o deserto, e devastei com minha fúria metade daquele cenário. 

     Depois de anuviar minha raiva eu pleníssima que sou voltei pra torre como se nada tivesse acontecido. Com o juramento de nunca chorar por homem nenhum eu encontrei os irmãos no Sabaku na mesa de jantar desfrutando do almoço. O ruivo me olhava com insistência, e Kankurō também.

Kankurō: Ei cunhadinha, você está bem ?

- Porque não estaria ? - coloquei o meu melhor sorriso no rosto - Nós sabemos que este casamento tem data e hora pra chegar ao fim - o ruivo ainda calado me olhou com tristeza - Sou uma ninja da aldeia da folha, meu lema é tudo pelo bem da missão, então darei o meu melhor para encenar a primeira dama de Suna quando for necessário, e como o Kazekage pode se divertir, farei o mesmo. 

Gaara: Tá insinuando o que ?

- Querido, eu não tô insinuando nada, estou afirmando que tudo o que você fizer eu também farei. Se você pode beijar uma qualquer na sua sala, significa que eu também posso fazer o mesmo quando eu bem entender, mas não se preocupe ... Esse beijo eu vou guardar pra alguém que eu verei em breve.

   Não esperei a resposta dele e deixei a sala. O que é seu Kazekage esta bem guardado ... Pois a vingança é um prato que se come frio, você não perde por esperar.

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Esposa de MentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora