Capítulo 54

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Hoje faz um mês que o Michelzinho nasceu, e como ele tem duas mamães babonas, iremos fazer uma pequena comemoração, segundo a Ludmilla, nenhuma data comemorativa referente a ele vai passar em branco. Eu não gosto muito de festas, mas quando se trata das pessoas que eu amo topo qualquer coisa só para ver os sorrisos que marcam a minha vida.

Desde aquele dia ela não citou mais o doutor Renato e nem falou nada sobre a sua mãe. Na primeira semana tive medo que ela estivesse desenvolvendo uma depressão, por varias vezes a vi chorando descontroladamente, os banhos passaram a durar mais que o comum, imagino que aproveitava pra chorar bastante, mas não tenho provas, a porta estava sempre trancada.

Mas tudo mudou quando acordei em uma madrugada e peguei-a chorando baixinho.

Flash back on

- Amor? O que foi?

- Nada Bru, volta a dormir.

- Você ta chorando? – falei me aproximando e secando suas lagrimas que insistiam em cair descontroladamente

- Eu...eu não sei o que fazer, estou sentindo uma dor muito forte amor. 

- Quer ir ao hospital? Eu deixo o Michelzinho com minha mãe.

- Não, não é esse tipo de dor amor, é por causa da minha mãe.

- Aaa, e por que você não da a chance a ela de se explicar? 

- Tenho medo que ela minta para mim, você lembra toda mentira que ela e o Renato inventaram. Sempre sonhei com esse reencontro, mas não pensei que iria me decepcionar assim.

- Tem a probabilidade dela ter uma boa explicação para tudo isso. Você deveria da uma chance, não para ela, mas para você mesma. 

- Você acha amor? Mas e se ela for uma mentirosa? 

- Isso são suposições validas, mas você só vai saber se arriscar.

- Tenho medo Bru, muito medo.

- Olha amor, a vida é feita de riscos. Todas as vezes que a gente sai de casa há uma probabilidade muito grande de morrermos, são vários tipos de coisas que podem acontecer e acabar com a nossa vida, um atropelamento; um latrocínio; um raio. É uma probabilidade tão grande que uma pessoa psicótica não colocaria os pés na rua, mas a gente sai, porque não da pra conquistar tudo dentro de casa, é preciso arriscar.

- Você acha que eu devo? 

- Sim amor, acho que você deveria ir conversar com ela, é a sua mãe. E se ela for uma pessoa ruim, uma mentirosa, então você vai poder se afastar sem o sentimento de culpa. E aconteça o que acontecer, você tem uma família que te ama, eu e o Michelzinho te amamos muito e iremos sempre está ao seu lado.

- Eu amo você, sabia? Eu amo muito vocês, obrigada por tudo que você faz por mim, obrigada por me amar e ter me dado um filho lindo. Amanhã eu irei ligar para o Renato e pedir o numero dela.

Flash back off

Registramos o Michel duas semanas depois do acontecido. E foi mais uma coisa para deixa-la triste, como somente eu tenho sobrenome, ficou Michel Gonçalves. Não impliquei mais sobre o tempo que ela ficava com ele, apesar de sentir falta da minha mulher e também do meu filho, mas eles se curtiam tanto que me senti deixada de lado. 

Mas tudo que eu mais queria era a felicidade das razões da minha paz. Me contentei em ser a pessoa que alimenta ele, mas não deixo de aproveitar esse nosso único momento, amo a forma como ele olha fixamente em meus olhos enquanto mama, ou a mãozinha descansando no meu outro seio livre. 

A colega de quarto.Onde histórias criam vida. Descubra agora